Centrão rachado com a saída do MDB e DEM do bloco de Arthur Lira

Líderes partidários do MDB e do DEM, dois dos principais partidos do Centrão, na Câmara dos Deputados informaram nesta segunda-feira (27.07) que as bancadas vão deixar o chamado “blocão” de 221 parlamentares comandado pelo líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), que é também o principal articulador do Centrão – grupo informal de partidos que, recentemente, passou a integrar a base do governo na Câmara.

Com essa tacada, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu grupo mais fiel sinalizam um afastamento das siglas de centro que aderiram ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), abraçando cargos na Esplanada dos Ministérios. Lira se movimenta para suceder Maia e é próximo a Bolsonaro.

A saída do MDB e DEM do bloco também abre espaço para uma composição com siglas da oposição para fechar um nome que possa concorrer com o apoio de Maia à presidência da Câmara em fevereiro do ano que vem. Segundo o deputado Efraim Filho (DEM-PB), líder do DEM na Câmara, essa decisão é uma tentativa de reposicionamento da bancada em busca de autonomia, já que os parlamentares já não estavam totalmente alinhados ao que o Centrão vinha defendendo.

O estopim teria sido a PEC do Fundeb e a tentativa desses partidos de obstruir e até postergar a votação. que deixou claro que MDB e DEM estavam de um lado e o restante do Centrão, de outro. O bloco formado por PP, PSD, PL e Republicanos, entre outras legendas, chegou a criar um grupo paralelo no WhatsApp para deliberação, deixando de lado DEM e MDB.

O movimento foi entendido como necessário, já vislumbrando a eleição para a presidência da Câmara no ano que vem. Maia pretende priorizar pautas que acenam à esquerda, para lançar um candidato independente do governo, sem o carimbo de base governista.

Segundo Lira, essa fragmentação é “natural” e deveria ter começado em março, e foi postergada apenas pelo surgimento da pandemia de Covid-19. Lira não é unanimidade para a candidatura dentro de seu partido. Há também uma ala que estuda lançar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

 

Da Redação/ Foto: reprodução de vídeo

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