Seca e obras espantam capivaras do Parque das Nações Indígenas

Ninguém é tão dono do Parque das Nações Indígenas quanto as dezenas de capivaras que moram por lá. Quem tem o costume de dividir o espaço com elas diz que as ilustres moradoras são vistas cada vez menos desde que o lago começou a secar. Agora, estão ainda mais longe, por conta das obras que tentam, finalmente, resolver o problema do assoreamento e devolver a água para os nativos do lugar. Enquanto isso, a orientação é tomar cuidado redobrado no trânsito dos arredores, porque em busca de tranquilidade e água fresca elas costumam ir longe e se aventurar pelas avenidas nos arredores de casa.O professor de educação física Aislan Felício Miranda, 30, dá aulas particulares a poucos metros do lago duas vezes por semana. Ele diz que já notou mudanças no comportamento dos animais desde que o assoreamento se agravou. “Deu uma diminuída. Antes tinha bem mais. Eu chego umas sete e meia da manhã e nesse horário já havia bastante filhotinhos aqui. Agora tem bem menos”, disse.

Acostumada com o vai e vem de capivaras de um lado para outro a dona de casa Iná Gonçalves da Silva, 55, assustou-se com o avanço da areia cada vez mais visível no lago. “Faz mais de um mês que não venho aqui. Eu até me perguntei se estava no lugar certo. Vi algumas capivaras lá do outro lado, pássaros na areia onde era o lago e até assustei. Antes a areia estava só num pedaço lá na ponta”, disse.

O susto da dona de casa tem explicação. O fundo do lago ficou mais visível a partir de terça-feira (17) quando equipes do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) iniciaram o esvaziamento do primeiro nível do lago para as obras de desassoreamento que está sendo realizada pela prefeitura. Enquanto técnicos do Imasul observavam o lago nesta semana, uma capivara solitária resolveu brincar em um veio fino de água. Mas a dúvida que mora na cabeça de quem já se acostumou com as capivaras do parque é: para onde elas estão indo afinal? O gerente de unidade de conservação do Imasul, Leonardo Palma, disse ao Campo Grande News que as capivaras estão migrando para a zona de amortecimento do Parque do Prosa, na parte de cima, por dentro do Parque das Nações Indígenas. E à medida que as obras avançam, os animais devem ser vistos cada vez menos. O sumiço, porém, pode ser temporário.

FONTE: https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/seca-e-obras-espantam-capivaras-do-parque-das-nacoes-indigenas

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