Primeiro-ministro da Itália Giuseppe Conte renuncia e culpa Matteo Salvini por derrubar governo

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou sua renúncia nesta terça-feira (20) atribuindo-a à Liga, partido da extrema-direita que formava a coalizão de governo, que decidiu apresentar uma moção de desconfiança. Ele acusou o ministro do Interior, Matteo Salvini, de arruinar a coalizão e arriscar a economia do país por interesses pessoais e políticos.

Primeiro-ministro italiano anuncia a sua demissão durante discurso no Senado

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Dirigindo-se ao Parlamento após o recesso de verão para decidir o futuro do governo, Conte acusou o líder da Liga de se aproveitar da própria popularidade.

“(Salvini) tem demonstrado que está seguindo os próprios interesses e os de seu partido”, disse Conte ao Senado, enquanto Salvini sentava a seu lado com expressão impassível. “Suas decisões trazem sérios riscos a este país.”

Caso essa possibilidade não se concretize, o presidente italiano, Sergio Mattarella, dissolveria o Parlamento.

Matteo Salvini fala no Parlamento italiano nesta terça-feira (20) — Foto: Reuters/Yara Nardi

Matteo Salvini fala no Parlamento italiano nesta terça-feira (20) — Foto: Reuters/Yara Nardi

Sentado próximo a Conte, também estava Luigi Di Maio, chefe do Movimento 5-Estrelas, que foi caracterizado como obstrucionista por Salvini nos últimos 12 dias, desde que ele desistiu da coalizão.

Salvini exige eleições antecipadas, três anos e meio antes do previsto, confiante de que sua crescente popularidade o leve a ser o novo primeiro-ministro da Itália e transforme o 5-Estrelas, ex-parceiro de coalizão, em opositor.

“Aconteça o que acontecer, queria lhe dizer que foi uma honra trabalhar junto nesse governo”, disse Di Maio, que atuava como vice-premiê no gabinete.

O líder do 5 estrelas disse que os parlamentares de seu movimento ficarão ao lado de Conte, um professor de Direito sem filiação política. “Cada um de nós sabe que estamos do lado certo da história”, disse Di Maio em uma postagem em uma rede social.

“A Liga terá que responder por sua decisão errada de pôr tudo abaixo, abrindo uma crise de governo no meio de agosto, só para cortejar votos”, acrescentou.

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