Nossa sociedade está acostumada a ter profissões consideradas “masculinas” e outras “femininas”.
É o caso do barbeiro, que desde sua origem na Grécia antiga, era realizado apenas por homens. Segundo os contos da mitologia grega, a preocupação de figuras como Apolo (Deus das artes, da música), Ares (Deus da guerra) e Arquimedes, em relação à estética, levou a necessidade de um espaço exclusivo e adequado para o tratamento da beleza, incluindo os cuidados capilares e do rosto.
A arte de aparar e arrumar barbas tornou-se uma profissão importante na Grécia Antiga. Foi ali que foram criadas as primeiras barbearias, lugares de encontro como uma espécie de clubes para homens, onde desfrutavam de compromissos
com longas conversas sobre filosofia, política ou assuntos comunitários. Até recentemente essa profissão era desempenhada apenas por homens, porém, as mulheres aos poucos estão entrando neste mercado e ganhando a confiança e
o respeito deles. É o caso de Marli Bueno, que há mais de três anos atua na área e segundo ela, se tornou barbeira por “acaso”.
“Era vendedora de roupas femininas e busquei fazer um curso de cabeleleira, porém era muito demorado. Recebi uma sugestão para fazer o de barbeiro, já que era mais rápido. E mesmo sem saber nada sobre esse universo, foi o que fiz. Já na primeira semana de curso me identifiquei muito. A medida que ia atendendo os clientes e vendo o brilho nos olhos de satisfação ficava cada vez mais motivada”.
A barbeira conta que os homens atualmente estão mais vaidosos, se preocupam mais com a aparência e em agradar suas esposas ou namoradas, já que as mulheres estão mais exigentes. E por isso, ao serem atendidos por uma mulher se sentem mais a vontade de dizer aquilo que suas companheiras preferem. “A maioria dos meus clientes me pedem para fazer de uma determinada maneira porque suas esposas ou namoradas gostam mais. É difícil eles dizerem isso para outro barbeiro. Ou seja, buscam mais agradar as mulheres que a sí próprio”, entrega a profissional.
Gabriel Bogalho, fisioterapeuta, foi atendido pela primeira vez por Marli, concorda com ela.
“Hoje cuidei da minha barba, cabelo, bigode e rosto. Me senti muito bem em ser atendido por uma mulher, elas são mais caprichosas e cuidadosas. Gostei muito do trabalho da Marli, tenho certeza que minha esposa vai adorar”. Mas nem tudo são flores, como diz a barbeira.
“Quando estava terminando o curso técnico de barbeiro, fui pedir cadeira para trabalhar em uma barbearia e o dono não aceitou por eu ser mulher. Além disso, já sofri preconceito inúmeras vezes por clientes que se recusaram ser atendidosm por mim, simplesmente por ser mulher. Inclusive já fui até destratada por isso. Na época fiquei muito chateada, repensei se deveria seguir na profissão e com o apoio da minha família, ergui a cabeça e segui em frente.”
Marli é uma profissional completa, já que além de cortar cabelo e fazer a barba, também faz limpeza de pele nos homens e desing de sobrancelha. A maioria da sua clientela é fidelizada. Ela aconselha as mulheres que desejam entrar neste
mercado, irem por amor e não por modinha.
“Com esse boom das barbearias em todo Brasil, percebi que muitas mulheres quiseram entrar nessa área por modinha, sem gostar. Vi muitas desistirem. É um mercado promissor e se a pessoa faz o que gosta, com certeza vai se destacar”, finaliza a barbeira. Contato da Marli 67-99958-8830
