O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, entraram nesta quinta-feira, 19, em uma disputa para tentar anunciar primeiro um remédio para combater o coronavírus. A pandemia já contaminou mais de 207 mil pessoas e deixou 8 mil mortos em 166 países.
Os dois líderes afirmaram que o “jogo mudou” em seus anúncios desta quinta. Trump destacou o uso de um tratamento com cloroquina – substância usada contra a malária – em pacientes com coronavírus. “(O teste) Mostrou resultados iniciais muito encorajadores e seremos capazes de disponibilizar esse medicamento quase imediatamente”, disse Trump. Nos Estados Unidos, pelo menos 150 pessoas morreram em decorrência do vírus, que já contaminou mais de 11.500 pessoas.
O presidente também afirmou que a substância foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), entidade responsável pela avaliação de alimentos e medicamentos. Stephen Hahn, o comissário da FDA, disse que a agência considera dar substância a pacientes com coronavírus como parte de um programa de teste de “uso expandido”.
Não ficou claro quanto tempo o FDA levaria para elaborar esse estudo. A agência enfatizou que a cloroquina foi aprovada para o tratamento da malária e da artrite, embora não para o coronavírus, conforme sugeriu Trump. A substância é um medicamento barato usado contra a malária há décadas e é recomendada para pessoas que estão indo para regiões infectadas pela doença.
Hahn afirmou ainda que, embora a FDA esteja disposta a “remover todos os obstáculos” para acelerar o processo, também tem a “responsabilidade” de “garantir que os produtos sejam seguros e eficazes”.
Boris Johnson
Por sua vez, o primeiro-ministro britânico afirmou que o Reino Unido conseguirá deter o coronavírus em um período de 12 semanas. Nesta quinta, ele afirmou que o primeiro paciente britânico foi submetido a um estudo para tratamento de coronavírus, sem dar mais detalhes. Em seu país, o vírus já deixou 144 mortos e contaminou 3.269 pessoas.
“Uma combinação das medidas que estamos pedindo ao público para tomar e melhorar os testes e outros progressos científicos nos permitirão reverter a tendência nas próximas doze semanas”, afirmou ele em sua entrevista coletiva diária.
“Estamos em negociações para comprar o teste de anticorpos, tão simples quanto um teste de gravidez que pode dizer se você já teve a doença. Compraremos centenas de milhares desses kits o mais rápido possível. Porque, obviamente, ele tem o potencial de mudar completamente o jogo”. Informações / The Washington Post, AFP e Reuters / Estadão/ Foto: Erin Schaff/The New York Times