Ramagem nega intimidade com família Bolsonaro e ataca Moro

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, afirmou nesta segunda-feira (11) em depoimento que tem o “apreço” da família do presidente Jair Bolsonaro, mas negou ter “intimidade”. Além disso, Ramagem falou que foi “desqualificado” pelo ex-ministro Sérgio Moro por não pertencer ao núcleo da Polícia Federal ligado a ele.

Ramagem prestou depoimento à PF em Brasília no inquérito autorizado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar suposta tentativa de interferência de Bolsonaro no órgão.

O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), após o então ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciar a demissão do cargo alegando que houve interferência política de Bolsonaro na PF.

Ramagem chegou a ser nomeado novo diretor-geral da PF no lugar de Maurício Valeixo, demitido do cargo por Bolsonaro. Mas o ministro Alexandre de Moraes, do STF, barrou a nomeação por entender que houve desvio de finalidade.

“[Ramagem disse] que o depoente [Ramagem] tem ciência de que goza da consideração, respeito e apreço da família do presidente Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da República no trabalho do depoente, mas não possui intimidade pessoal com seus entes familiares”, afirmou Ramagem no depoimento.

“[Ramagem também disse] que no entender do depoente, o motivo da sua desqualificação, portanto, foi o fato deste não integrar o núcleo restrito de delegados de Polícia Federal próximos ao então ministro Sergio Moro, uma vez que, diante dos fatos ora relatados, não haveria um impedimento objetivo que pudesse conduzir à rejeição de seu nome”, acrescentou.

Em seguida, ele disse que o presidente lhe consultou sobre a indicação de Rolando Alexandre.

“Que indagado se foi consultado a respeito das qualificações profissionais do DPF Rolando Alexandre enquanto possível indicado para o cargo de diretor-geral, respondeu que sim, tendo sido questionado a respeito, tanto pelo presidente da República como pelo ministro da Justiça, André Mendonça”, disse Ramagem no depoimento.

(*) Com informações do G1.

Foto: Carolina Antunes/Presidência da República

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