MERCADO APOSTA EM RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA PARA DESINFECÇÃO DE COMPRAS

Durante a pandemia de coronavírus, mercados e outros serviços essenciais precisaram redobrar as medidas de segurança e higiene para proteger funcionários e clientes. Além do já tradicional álcool em gel, máscaras e o distanciamento entre pessoas, algumas empresas também estão investindo em tecnologia para combater o vírus. No Brasil, um mercado de São Paulo instalou uma máquina de luz ultravioleta para higienizar produtos antes de sair do supermercado.Na prática, para o cliente o funcionamento é bem simples. Após empacotadas no caixa, as compras colocadas no carrinho entram dentro da máquina, um por vez. Uma porta se fecha para proteger as pessoas e a radiação emitida pela luz UV elimina vírus, bactérias e outros micro-organismos nas superfícies, pois é capaz de penetrar nas células desses patógenos. O Carrefour foi pioneiro na implementação desse serviço em um projeto piloto na unidade de Osasco.

“Surgiu uma preocupação geral e certa dificuldade sobre a higienização de produtos ao chegar em casa, seja como limpar diferentes materiais ou por não ter um lugar adequado. Por isso testamos a máquina ultravioleta e depois iniciamos uma análise técnica para entender a eficiência disso sobre vírus e bactérias. Entendemos que até agora houve um resultado muito positivo sobre as áreas que a luz alcança”, explicou Jérôme Mairet, diretor de riscos do Carrefour Brasil.

Carrinho com as compras é exposto à radiação capaz de emilinar microorganismos Foto: Divulgação
Carrinho com as compras é exposto à radiação capaz de emilinar microorganismos Foto: Divulgação

 

Apesar de ainda não existir nenhuma pesquisa específica sobre a eficiência da luz ultravioleta na eliminação do novos coronavírus, estudos anteriores alcançaram sucesso com outras formas do Sars. A tecnologia também já foi utilizada com eficácia na inativação do vírus influenza (H1N1) e de outras bactérias resistentes.

A ideia para a implementação da máquina e outras medidas de segurança vieram da experiência prévia da empresa com o coronavírus em outros países, como Taiwan, China e Europa. O mesmo equipamento já vinha sendo utilizado fora do país por supermercados, com o mesmo objetivo. Em Toronto, no Canadá, um mercado instalou o equipamento no fim da esteira do caixa, fazendo com que todos os produtos passassem pela radiação UV.

Todas as compras são colocadas em uma esteira que passa pela máquina de higienização Foto: Reprodução
Todas as compras são colocadas em uma esteira que passa pela máquina de higienização Foto: Reprodução

 

A empresa responsável pelo equipamento apelidado de XGerminator afirmou que o experimento foi um sucesso, removendo até 99% dos microorganismos em menos de 30 segundos, garantindo mais uma camada de segurança para os clientes.

“Sabendo que a luz emitida pelo equipamento não vai alcançar todos os produtos dentro de sacolas, também preparamos estações de higienização manual, próxima aos estacionamentos. Lá o cliente vai poder utilizar um pulverizador com produto próprio, garantindo assim que todas as compras já chegarão higienizadas na casa dos nossos clientes”, disse Mairet.

 

Estações para higienização manual foram montadas próximos ao estacionamento Foto: Divulgação
Estações para higienização manual foram montadas próximos ao estacionamento Foto: Divulgação

TECNOLOGIA DE PONTA NOS SUPERMERCADOS

Câmeras térmicas e computadores que calculam a lotação do mercado foram instalados na entrada Foto: Divulgação
Câmeras térmicas e computadores que calculam a lotação do mercado foram instalados na entrada Foto: Divulgação

Além da máquina de higienização com raios UV, a empresa também está adotando soluções de alta tecnologia para manter a segurança dentro dos estabelecimentos. Câmeras térmicas foram instaladas na entrada da unidade, com a capacidade de aferir a temperatura em grupos e identificar se o cliente está ou não usando máscara. Um grande painel mostra a imagem para o cliente que está entrando e avisa através de códigos sonoros se houver algo errado. Outra tela informa um funcionário, caso ele precise intervir.

“Uma grande dificuldade que identificamos é o controle de ocupação das lojas. Para isso colocamos câmeras nas entradas que utiliza algoritmos para calcular o número de clientes lá dentro. Estabelecemos o máximo de uma pessoa a cada 12 metros quadrados para preencher apenas a metade da capacidade total. Quando se aproxima desse limite, automaticamente um semáforo fica vermelho na entrada e um funcionário limita a entrada”, contou.

Carrinhos são higienizados com frequência por funcionários Foto: Divulgação
Carrinhos são higienizados com frequência por funcionários Foto: Divulgação

 

Segundo Jérôme Mairet, os custos para implementação de todas as medidas de segurança é muito alto. Câmeras térmicas, como as que estão sendo utilizadas, precisam ser importadas e não são encontradas por menos de R$ 30 mil. Apesar disso, o diretor garante que se esse tipo de investimento não for feito agora o impacto negativo sobre o negócio pode ser muito maior. “Isso já era um compromisso nosso, mas agora mais do que nunca, temos a obrigação de garantir a higienização e segurança de todos os nossos clientes e funcionários e contribuir para reduzir a disseminação do vírus”, afirmou.

O projeto piloto iniciado em Osasco já está em expansão para mais cinco unidades. Nas outras, 2.5 milhões de máscaras já foram distribuídas e 20 mil litros de álcool em gel utilizados por mês.

Suportes de acrílico foram instalados nas geladeiras para evitar abertura com as mãos Foto: Divulgação
Suportes de acrílico foram instalados nas geladeiras para evitar abertura com as mãos Foto: Divulgação                                       Informações:                                       Época.globo.com/                           Foto capa: Divulgação

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