O prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) declarou que ainda não é o momento para que as escolas da rede privada voltem com às aulas, que foram suspensas devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A informação foi passada em uma reunião realizada no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). Para o chefe do Executivo da capital, com quase 70% dos leitos de hospitais ocupados, seria um risco para as crianças e adolescente o retorno do ano letivo.
Segundo o MPMS, que promoveu o encontro, participaram dele as promotoras de Justiça Vera Aparecida Cardoso Bogalho Frost Vieira, Coordenadora do Núcleo da Educação; Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, Coordenadora do Núcleo da Saúde; Ana Cristina Carneiro Dias, Coordenadora da Força-Tarefa.
Pelo Executivo Municipal, além de Marquinhos, também compareceram o Secretário de Saúde do Município, Dr. José Mauro Filho; a Secretária de Educação, Elza Fernandes Ortelhado.
As instituições de ensino foram representadas pela presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul (Sinepe), Professora Maria da Glória.
Na abertura, a presidente do Sinape apresentou aos presentes os motivos para que a rede privada volte às salas de aula. Já o Secretário de Saúde de Campo Grande, Dr. José Mauro Filho, fez uma apresentação em “data show” com gráficos que demonstravam a atual situação da saúde em relação à Covid-19 em Campo Grande.
“Estamos no pico da pandemia, os números confirmam. Aumentaram os números de notificações de casos da COVID-19 e os números de testes aumentaram. Talvez por esse motivo tenha triplicado as notificações em relação ao mês de maio, de números positivos, e estamos acima da média nacional”, expôs.
O Prefeito, Marcos Trad, em acordo com o MPMS, também entendeu que esse é um momento de muita prudência, cautela e responsabilidade. “Entendemos a situação das escolas que sofrem nesse momento, mas devemos acima de tudo colocar nossas crianças e adolescentes em primeiro lugar. E com quase 70% dos leitos ocupados, temos de ter cuidado com as nossas ações. Por esse motivo, também entendo que não é o momento para voltar”, ponderou.
A Promotora de Justiça Vera Bogalho Vieira afirmou que “como na data de hoje nos foi apresentado que o número de ocupação em Campo Grande dos leitos de UTI destinados à COVID-19 está muito acima de 50%, chegando a 70%, e que triplicaram as notificações da COVID-19 em relação ao mês de maio, esses dois critérios, objetivos e técnicos, nos fizeram concluir que não há condições de retorno às salas de aula neste momento, tendo em base os números apresentados pelo Secretário de Saúde do Município.”
O Professor Lúcio Rodrigues Neto, representante da Associação das Escolas Particulares, pediu que fosse indicada uma data para eventual retorno das aulas presenciais, manifestação também da representante do Sinepe, Professora Maria da Glória, e do representante da OAB/MS Elton Luis Nasser de Mello.
Ficou, então, pré-fixada a data de 27 de julho para eventual retorno. Porém, ficou estabelecida uma nova reunião na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, no dia 14 de julho, com as autoridades e representantes das escolas, os quais devem apresentar um programa de biossegurança e demonstrar a viabilidade de volta às salas de aula, caso os números da Covid-19 regridam, e deem segurança a todos: pais, professores e autoridades envolvidas com o bem-estar das crianças e adolescentes.
Da redação, com informações do MPMS
Foto: PMCG/Arquivo