Campo Grande (MS) – Desde março, o Ministério Público do Trabalho do MS monitora o cenário dos frigoríficos de perto e atua em várias frentes a fim de minorar os impactos da crise sanitária, desde a edição de recomendações até a inspeção nos locais com apoio das secretarias municipais e estadual de Saúde e de auditores-fiscais do Trabalho, sempre focada na preservação da vida e na manutenção do emprego.
Por conta desta desta atuação para oferecer uma resposta ao aumento de infecções pelo novo coronavírus entre trabalhadores de indústrias frigoríficas instaladas em Mato Grosso do Sul, a jornalista Ana Mano da agência de notícias britânica Reuters fez uma entrevista com o procurador Jeferson Pereira, nesta quinta-feira (23.07).
Esse setor econômico essencial à cadeia alimentar mundial chama atenção, principalmente, pela própria dinâmica laboral que pode favorecer o contágio – ambientes fechados, de temperatura controlada, com regras específicas para renovação do ar e concentração em média de 2 mil funcionários por planta.
Na contramão da saúde e segurança, o procurador também enfatizou as sequelas da baixa adesão da população às medidas sanitárias mínimas – como distanciamento social e uso das máscaras de proteção facial em locais públicos e privados de uso coletivo, com reflexos na projeção geométrica da curva de contágio pelo novo coronavírus.
O MPT ainda destacou a colaboração de indústrias frigoríficas por meio da testagem massiva de seus funcionários, incluindo aqueles assintomáticos, e da destinação de recursos particulares para a compra de equipamentos de proteção individual, insumos alimentares e ampliação de leitos na rede pública de saúde, como forma de aplacar as consequências da pandemia.
No estado, nove estabelecimentos frigoríficos são acompanhados pelo MPT-MS após diagnósticos positivos para Covid-19. São eles: JBS/Seara (1.093 casos) e BRF (195 casos) em Dourados; Frizelo (118 casos) em Caarapó; Brasil Global (109 casos) em Guia Lopes da Laguna; Frango Bello (48) em Itaquiraí; Franca (30) em Bonito; Agroindustrial (34) em Iguatemi; Boibrás (32) em São Gabriel do Oeste, Marfrig (204) e Frigolon (1) em Santa Rita do Pardo.
Informações e foto: Assessoria Ministério Público do Trabalho
