Covid-19: saiba se uma pessoa poderá tomar mais de uma vacina

Desde o início da pandemia da Covid-19, laboratórios do mundo inteiro estão focados na busca de uma vacina que possa imunizar o maior número possível de pessoas.

Atualmente, por volta de seis vacinas estão em fase final de testes, e três delas já estão sendo testadas no Brasil. A chinesa do laboratório Sinovac, a inglesa da parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca, e finalmente, a alemã da farmacêutica Pfizer.

A Anvisa anunciou, recentemente, que permitirá testes de uma quarta vacina no país: a produzida pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson.

Por enquanto, não é possível saber qual será a primeira vacina aprovada no mundo. Na busca pela imunização, caso várias recebam o aval de distribuição em um futuro próximo, é indicado que uma pessoa tome mais de uma das vacinas oferecidas?

Segundo o imunologista Gustavo Cabral, um dos coordenadores da pesquisa do projeto de vacina nacional contra a Covid-19 desenvolvido pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), essa não é a escolha ideal, mas o caso da Covid-19 pode ser uma exceção.

“Em teoria, quando você toma uma vacina, não teria necessidade de tomar outra”, afirma o pesquisador. Ele explica que uma vacina deveria induzir o organismo à imunidade, e portanto, seria inútil do ponto de vista da defesa do organismo.

No entanto, a Covid-19 oferece um cenário atípico. Nunca foram desenvolvidas vacinas tão rapidamente – a produção mais veloz, até então, levou cinco anos de desenvolvimento. Como o vírus do SARS-CoV-2 é conhecido há apenas cerca de oito meses, é difícil para a ciência compreendê-lo integralmente.

Por esse motivo, Cabral esclarece que, no caso do novo coronavírus, a possibilidade de tomar duas vacinas diferentes contra uma mesma enfermidade pode não ser tão absurda.

Como as técnicas utilizadas em cada projeto são diferentes entre si, uma vacina pode acabar se tornando um complemento para outra: “Uma vacina pode ser melhor para induzir a produção de anticorpos, e outra em induzir outras partes do sistema imunológico, e então uma complementaria a outra”, explicou.

Ainda sim, o pesquisador destacou que o propósito das vacinas é que elas não precisem de outra substância para provocar a imunidade em uma pessoa.

Ele também afirma que não é recomendado que se misturem duas das substâncias sem que haja orientação científica.

 

Foto: Fundo Russo de Investimento

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