Bonito mantém atividade de turismo, mas com decreto de toque de recolher após meia-noite

Com o apoio do trade turístico, acordo ent re o Ministério Público Estadual (MPE) e a Prefeitura de Bonito referendado pela juíza Adriana Lampert, da 1ª Vara Civil, ampliou as medidas de biossegurança para prevenção e enfrentamento do coronavírus no município. Foi estabelecido o toque de recolher na cidade, da meia-noite às 5h da manhã, até o dia 18 de dezembro, e a proibição de consumo de bebidas alcoólicas e narguilé em vias públicas.

As medidas são resultado de uma ação pública do promotor Alexandre Estuqui Junior, com o propósito de impedir aglomerações de pessoas no perímetro central de Bonito, ocorridas principalmente nos períodos de feriados prolongados e aumentando os riscos de contaminação pela pandemia. A decisão judicial não interfere nos serviços do turismo, os quais cumprem todas as medidas rigorosas de biossegurança adotadas na retomada da atividade.

Lockdown: fake news

A iniciativa do MP de cobrar da prefeitura ações de fiscalização para coibir as aglomerações de pessoas em períodos de grande concentração de turistas na cidade gerou a propagação de notícias falsas, por meio das redes sociais. Divulgou-se, por exemplo, que Bonito decretaria o “lockdown”, a pedido do Ministério Público, cuja informação causou impactos na cadeia do turismo. O promotor Alexandre Estuqui, no entanto, desmentiu a medida extrema.

“Não é nosso propósito fechar a cidade ou os atrativos turísticos e as atividades comerciais, que vêm cumprindo com todos os protocolos de biossegurança. Não temos nenhuma denúncia de descumprimento por esses segmentos”, afirmou o promotor. “A promotoria requereu à prefeitura uma maior fiscalização para coibir as aglomerações de pessoas nas vias públicas, visando a adoção de medidas de segurança também nesses espaços”, completou.

Apoio às restrições

A ação do MP teve, de imediato, o apoio e o respaldo do trade turístico do maior atrativo de ecoturismo do Brasil. O IDB (Instituto de Desenvolvimento de Bonito), que agrega diversos setores da atividade, se pronunciou a favor da instauração do toque de recolher e cobrou das autoridades a retomada das barreiras sanitárias e vigilância, fiscalização e cumprimento das medidas de prevenção em relação ao uso de máscaras e outros equipamentos de segurança.
A decisão deferida pela juíza Adriana Lampert, nesta quinta-feira, na presença de representantes da prefeitura, do turismo e outros setores, como o de saúde pública, especifica que o MP convocará as forças de segurança para cumprimento das medidas. Ficou ainda acordado que os eventos já autorizados pela prefeitura serão mantidos, haverá reforço nas campanhas de prevenção e está proibida a queima de fogos na virada do ano, na Praça da Liberdade.

Medidas de segurança

Em nota, o IDB relatou as providências tomadas para a retomada do turismo, em julho, com a elaboração de sete protocolos de biossegurança pelas áreas de hotelaria, atrativos, bares e restaurantes, transporte, comércio, agências de viagem e guias de turismo, com apoio do Sebrae, Sesi e Senai. Também foi implantado o selo Bonito Seguro e reduzido em 50% a ocupação hoteleira, entre outras ações visando garantir a saúde e a integridade dos visitantes.

“Nenhum outro destino nacional e internacional se mobilizou de forma tão ampla e incisiva quanto Bonito no combate à covid 19”, diz a nota, assinada pelo presidente da entidade, empresário Guilherme Poli. “O IDB compartilha com o promotor as preocupações a respeito das aglomerações nos feriados de 7 de setembro e 12 de outubro, e, mais do que isso, tem-se empenhado junto às autoridades públicas para que impeça as aglomerações em vias públicas”, pontua.

 

Foto: Divulgação TVEMS

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