4 estratégias científicas para reduzir a transmissão de Covid-19 pelo ar

Embora muita gente aja como se a pandemia já tivesse chegado ao fim, isso está longe de ser verdade. Os números de casos e mortes por Covid-19 seguem aumentando no Brasil e no mundo, e os cuidados preventivos ainda são fundamentais. E eles não passam apenas por higienizar as mãos e locais possivelmente contaminados: é preciso se atentar também a transmissão do Sars-CoV-2 pelo ar.

Durante o 73º Encontro Anual da Divisão de Dinâmica de Fluidos da Sociedade Física Americana, que acontece entre os dias 22 e 24 de novembro, diversos estudos sobre a aerodinâmica do novo coronavírus serão apresentados. A ideia dos trabalhos é apresentar estratégias para mitigar o risco de contrair a Covid-19 por meio de partículas aéreas presentes em locais fechados.

Confira a seguir algumas das recomendações.

1. Fale baixo

Alguns estudos já demonstraram que falar alto ou mesmo cantar faz com que mais gotículas sejam expelidas e, em caso de contaminação, mais secreção infectada seja propagada. É o caso também de uma nova pesquisa conduzida por William Ristenpart, engenheiro químico da Universidade da Califórnia em Davis. Ele observou que entoar uma música ou falar alto aumenta significativamente o número de partículas microscópicas emitidas em comparação com um tom normal de voz. Gritar, inclusive, produz mais gotículas do que tossir.

2. Use máscara ao tocar certos instrumentos

De acordo com um trabalho de pesquisadores da Universidade de Colorado em Boulder, por terem superfícies de vibrações úmidas, instrumentos com clarinete e oboé tendem a produzir aerossóis intensamente. Para minimizar o risco de transmissão, use máscara enquanto toca. “Ela reduz a quantidade de aerossóis para o nível normal de voz”, explica Jean Hertzberg, um dos autores, em comunicado.                                                                     3. Mantenha algumas janelas do carro abertas.                                                                       Se você pega carona — seja com um conhecido, seja por meio de aplicativos —, procure manter algumas janelas do veículo abertas. Pesquisadores da Universidade Brown fizeram simulações para investigar como o ar se movimenta no interior dos carros. Uma das constatações é que, se o ar entre e sai por um ponto distante do passageiro, o risco de contaminação pode ser menor. Por isso, procure manter algumas das janelas abertas e outras, fechadas.

4. Aumente o distanciamento

Uma dupla de matemáticos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) elaborou um guia para identificar os níveis máximos de exposição em ambientes internos. A métrica do sistema utilizado se chama “tempo de exposição cumulativo” e é determinada pelo número de pessoas em um ambiente e o tempo de exposição ali. Outros fatores que influenciam o risco ser máximo ou mínimo são o uso proteção facial e a presença de partículas infecciosas, por exemplo.

Também se observou que ficar a 1,8 metro de distância de outras pessoas pode não ser ideal, pois oferece pouca proteção contra gotículas de aerossol pequenas o suficiente para serem “integradas” no ambiente interno, em vez de simplesmente caírem no chão. Embora outros estudos sejam necessários, permanecer mais distante parece ser prudente.      Informações: Revista Galileu.globo.com / (Foto: Kelby Kramer e Gerald J. Wang)

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