Instituto Senai de Inovação recolhe 1,8 tonelada de plantas aquáticas em Três Lagoas para produzir bio-óleo

Em ação realizada na última semana no Balneário Municipal de Três Lagoas, que corta o Rio Sucuriú, o ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), em parceria com a Prefeitura, conseguiu recolher 1,8 tonelada de macrófitas, que são plantas aquáticas, que deverão ser transformadas em 540 quilos de bio-óleo. A ação integra o “Projeto Macrofuel – Aproveitamento Energético de Bio-Óleo Pirolítico de Macrófitas Aquáticas para Produção de Biocombustível”, realizado em parceria com a empresa CTG Brasil.

O projeto consiste em dar uma destinação mais adequada e sustentável ao excesso de macrófitas retirado dos reservatórios, por meio da pirólise rápida, um processo de decomposição de materiais aplicando altas temperaturas. O principal produto desse processo termoquímico é o bio-óleo, que pode ser usado diretamente como combustível em motores a diesel ou ser processado e dar origem a produtos de maior valor agregado.

Segundo o pesquisador do ISI Biomassa Paulo Renato dos Santos, responsável pelo projeto, as macrófitas recolhidas ficam ao sol por 72 horas para secagem e, após esse período, serão trituradas e passarão por um processo chamado pirólise, que nada mais é do que o aquecimento com baixa concentração de oxigênio até ela se transformar em vapor, que depois de resfriado se converterá em bio-óleo.

“Desde que iniciamos o projeto em parceria com a CTG, em julho de 2019, já conseguimos produzir 150 quilos de bio-óleo, que está passando por um processo de melhoramento na sua qualidade para que possa ser usado diretamente como combustível em motores a diesel e alimentar os motores das usinas da empresa. Já foram apresentados resultados da pesquisa em escala piloto para a CTG, que ficou surpresa com os avanços do projeto”, afirmou Paulo Renato dos Santos.

O gerente de meio ambiente da CTG Brasil, Rogerio Marchetto, explica que as macrófitas são essenciais para o equilíbrio do ambiente aquático, servindo de abrigo para alguns organismos, além de refúgio para desova dos peixes. No entanto, quando em excesso, essas plantas podem impactar os múltiplos usos dos recursos hídricos, como a geração de energia, a navegabilidade, a pesca, a recreação, entre outros.

“Além de viabilizar o aproveitamento energético de um resíduo que pode se tornar um problema com sua propagação excessiva, o projeto em parceria com o ISI Biomassa inclui o mapeamento, monitoramento e a identificação das macrófitas. Até agora, 86 espécies de plantas aquáticas já foram identificadas em outros estudos nos reservatórios das Usinas Ilha Solteira e Jupiá”, ressaltou Rogerio Marchetto.

 

Foto: Divulgação

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