A Gol (GOLL4) confirmou que vai voltar a operar o Boeing 737-8 MAX no Brasil. A frota de sete unidades estava parada desde março de 2019, quando a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proibiu a circulação deste modelo, depois que ele se envolveu em dois acidentes graves que vitimaram mais de 340 pessoas, na Indonésia e na Etiópia, em 2018 e 2019, respectivamente.
A notícia é positiva para a Gol, já que esse modelo de aeronave possui uma autonomia de voo de 6,5 mil quilômetros e o motor da aeronave consegue reduzir o consumo de combustível e de gases poluentes em 15%. A empresa utilizava muito os aviões para viagens diretas do Brasil para os Estados Unidos.
No Brasil, a Gol era a única aérea que utilizava este modelo e, desde a proibição, os aviões estavam parados nas dependências da companhia, sem previsão de retorno às atividades.
Ao CNN Brasil Business, a empresa afirmou que, agora, com o aval da Anac, está concentrada em fazer o trabalho de despreservação das aeronaves para que elas voltem a frota de circulação já nas próximas semanas.
A empresa também comemorou a decisão dizendo ser ela um marco importante para a aviação. “A companhia agradece e reconhece o incansável trabalho da ANAC em todo este período, principalmente dos 20 profissionais que participaram do processo de recertificação da aeronave por meio da Junta de Reguladores”, disse em nota.
Segundo a Gol, o retorno deste modelo deve ser feito aos poucos, depois que eles passarem por voos técnicos, sem passageiros, acompanhados pela Anac e pela Boeing, fabricante dos aviões.
A aérea também disse que, além dos testes solicitados pelos órgãos reguladores, por uma política interna, vai realizar voos adicionais. Se tudo ocorrer dentro da normalidade, os aviões devem ser reinseridos de forma progressiva. Os trechos de operação ainda não foram divulgados.
Anac se manifesta depois da Agência Americana
A decisão da Anac vem na sequência da divulgação da Diretriz de Aeronavegabilidade, na sexta-feira, 20, pela Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), órgão americano com as mesmas funções.
Assim, a Anac fez uma série de exigências, como a reconfiguração do sistema de controle de voo; correção do roteamento do conjunto de cabos; revisão de procedimentos do manual de voo; e testes de calibração dos sensores dos aviões. A Agência ainda revisou o programa de treinamento dos pilotos. A Gol se comprometeu a cumprir todos os requisitos.
“Tecnicamente, o retorno das operações é permitido com a revogação da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE), que proibia a operação comercial desse modelo de aeronave no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões”, disse o órgão.
“A DAE foi revogada também nesta quarta-feira (25/11) e a Gol Linhas Aéreas segue implementando, sob supervisão, os requisitos necessários para retorno das operações com as aeronaves Boeing 737-8 MAX em segurança”, concluiu.
informações: CNN Brasil / Foto: Nacho Doce/Reuters