Mato Grosso do Sul registra baixa na coleta do Teste do Pezinho

A Secretaria de Estado de Saúde alerta os municípios do MS para a baixa cobertura do Teste do Pezinho entre 3° e o 5° dia de vida do recém-nascido, período preconizado pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). A ação preventiva proporciona o diagnóstico precoce de várias doenças congênitas que podem afetar o recém-nascido.

Dados do Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos (IPED/APAE) de Campo Grande, habilitado pelo Ministério da Saúde como serviço de referência em Triagem Neonatal no Estado, apontam uma ligeira melhora de 3,5% na taxa de cobertura de janeiro a abril de 2021, se comparado com 2020. Porém, o índice está bem abaixo do recomendado, cuja o ideal é que seja de 100%.

Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, é importante que a família leve o recém-nascido para fazer o teste do pezinho nas Unidades Básicas de Saúde caso não tenha feito no hospital ou maternidade após as 48 horas de vida “O teste do pezinho é uma ação preventiva que proporciona o diagnóstico de várias doenças congênitas ao recém-nascido quando realizada no período preconizado do 3º ao 5º dia de vida. Ele tem por objetivo diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem causar deficiência intelectual, entre outros danos à saúde do bebê, se não forem tratadas desde os seus primeiros dias de vida”.

Assim, a Triagem Neonatal Biológica, ou Teste do Pezinho, que é realizada pelo SUS, detecta sete patologias: a Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Hiperplasia Adrenal Congênita, Fibrose Cística, Toxoplasmose Congênita, Hemoglobinopatias e Deficiência da Biotinidase. Esse diagnóstico possibilita o tratamento precoce e diminuição e/ou eliminação das sequelas que possam vir de cada uma dessas doenças.

A responsável técnica da Triagem Neonatal no Estado de Mato Grosso do Sul, enfermeira Vera Regina Dalla Vechia Biolchi Oliveira, reforça a importância de se falar sobre o Teste do Pezinho durante as consultas do pré-Natal e que as ações da SES têm intensificado na melhora do índice. “Mas é preciso que as gestantes conheçam e saibam sobre o quanto o Teste do Pezinho é importante para os seus bebês e também sobre as consequências quando não for realizado após às 48 horas e o 5º dia de vida do recém-nascido. Além da importância de a criança ter sido amamentada antes da coleta”.

Para alavancar a cobertura, a SES orienta que os municípios aproveitem a Estratégia de Saúde da Família (ESF) para fazer o Teste do Pezinho, considerando que as mães levam os seus bebês para consulta até o 5° dia de vida nas unidades de saúde. “Neste caso, seria muito bom que fosse feita a coleta do teste do pezinho, tendo em vista que seria importante aproveitar a primeira consulta puerperal, assim não se perderia a chance de se fazer o teste entre o 3º e 5º dia de vida do recém-nascido, que é o período preconizado pelo programa”, ressalta Biolchi.

Portanto, a Secretaria de Estado de Saúde chama atenção para a sensibilização da sociedade, dos pais, responsáveis legais, gestores municipais quanto a gravidade da baixa cobertura. “Se uma das doenças não for detectada precocemente em razão da não coleta do Teste do Pezinho, a falta do diagnóstico precoce pode levar a criança a óbito ou deixá-la com sequelas”, esclarece a enfermeira.

 

Foto: Arquivo/EBC

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