Lançado nesta segunda-feira (28) pelo governador Reinaldo Azambuja, o megapacote de R$ 763 milhões intitulado ‘Retomada MS’ vai trazer auxílio financeiro, medidas fiscais e microcrédito com juro zero para os setores mais atingidos pela pandemia do coronavírus. O evento, que aconteceu no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, contou com a presença de autoridades e imprensa do estado seguindo protocolo de biossegurança.
O diretor-presidente da Fundação de Turismo do MS (Fundtur), Bruno Wendling, avalia que o apoio voltado para o turismo ‘Incentiva+MS Turismo’ dentro do megapacote vem em um momento importante. “Alivia muito. O turismo foi o setor mais atingido pela pandemia, junto com o de cultura e eventos. E o setor estava clamando e precisando de medidas como essa. O governador Reinaldo Azambuja foi muito audacioso por esse pacote robusto de socorro ao setor, para dar um alento num ano ainda muito difícil, porque a retomada acontece a passos lentos, já que a gente depende totalmente do avanço da vacinação. Então é muito bom, em boa hora, vai ajudar boa parte do setor, especialmente os que mais sofreram: os guias de turismo, as agências de viagem e setor de alimentação fora do lar. E a expectativa é que a partir deste pacote eles tenham agora um pouco mais de tranquilidade para pensar e começar a trabalhar de novo na retomada e ter um ano de 2022 aí sim, a todo vapor”.
O pacote prevê auxílio financeiro para profissionais dos setores de turismo, bares e restaurantes como guias de turismo, agentes de viagem, organizadores de eventos, microempreendedores individuais e ambulantes do setor de alimentação, que vão receber um auxílio de R$ 1.000,00 por mês, durante seis meses. O impacto previsto na folha somente com esse auxílio emergencial é de R$ 6 milhões.
Representante dos guias de turismo do estado, Carlos Iracy Coelho Neto, fala que o auxílio veio em boa hora. “A gente vem há 15 meses no sufoco, pois o turismo parou. Boa parte dos guias não conseguiu o auxílio emergencial do governo federal e o grupo teve que se ajudar até com cesta básica, teve que se mobilizar. As atividades estão aos poucos sendo retomadas, mas esse apoio do governo do estado ainda é primordial para os guias que estão atuando e tentando sobreviver”, explica Carlos Iracy.
Haverá também isenção ou redução da alíquota de ICMS e isenção do IPVA, além de editais de apoio à inovação, promoção e eventos geradores de fluxo turístico no valor de R$ 4 milhões, e linhas de microcrédito com juro zero. Microempreendedores com renda ou faturamento de até R$ 360 mil por ano poderão financiar até R$ 30 mil com aval do Estado. O parcelamento poderá ser feito em até 24 vezes (incluindo a carência de 6 meses).
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Mato Grosso do Sul (ABAV/MS), Ney Gonçalves, todo o setor está na expectativa da retomada do turismo. “O fluxo já está aumentando, mas as empresas ainda estão bastante descapitalizadas, assim como também os funcionários. Temos vivido isso há 1 ano e meio praticamente parados, então com certeza esse pacote do governo estadual veio muito em boa hora. Acredito que essas ações apresentadas hoje sejam um modelo a ser seguido em outros estados, pois o turismo de uma forma geral não depende só da infraestrutura do estado e sim de todo o país”.
Cultura
Artistas também receberão um auxílio emergencial. No valor de R$ 1.800, o benefício será entregue para os trabalhadores da cultura, em três parcelas de R$ 600 cada. Receberão essa ajuda quem atuou no segmento 12 meses antes do início da situação de emergência da pandemia e com cadastro na Fundação de Cultura.
Para o setor, o pacote contempla investimentos como R$ 21 milhões do FIC; R$ 24 milhões em novos editais como o auxílio emergencial; R$ 15 milhões em festivais novos e tradicionais; e R$ 18,65 milhões em obras de reformas do patrimônio cultural.
Reformas
O pacote inclui ainda as reformas do Castelinho (R$ 4 milhões), em Ponta Porã; do Centro Cultural José Octávio Guizzo/Teatro Aracy Balabanian (R$ 5,5 milhões); Centro de Convenções Arquiteto Gil de Camilo (R$ 5 milhões); Igreja Tia Eva (R$ 450 mil); Memorial Apolônio de Carvalho (R$ 370 mil); Casa do Artesão (R$ 2,2 milhões); Museu de Arte Contemporânea (R$ 186,7 mil); Igreja da Candelária (R$ 468 mil); Concha Acústica Helena Meireles (R$ 120 mil) e Restauro Vagão (R$ 330 mil), em Campo Grande.
Sobre a reforma do Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, Bruno Wendling ressalta que o local é um marco para o turismo de negócios e eventos de Mato Grosso do Sul. “O Centro de Convenções tem uma simbologia importante para a população. O segmento de eventos foi um dos mais afetados nesta pandemia e para reforçar a retomada do setor, o governador Reinaldo Azambuja vai investir R$ 5 milhões na reforma do espaço, reconhecendo-o como um importante gerador econômico para o setor e de promoção e divulgação dos destinos. Agora vamos entrar na fase operacional, definir as ações e as obras. Esperamos que em 2022, possamos entregar todo o espaço finalizado aos sul-mato-grossenses, empresários e turistas”.
Camila Fernandes, presidente do Campo Grande Destination, avalia que o Centro de Convenções é a principal estrutura para eventos em Campo Grande “com espaços bem organizados e amplos. Com certeza, com a revitalização será possível ampliar a captação de um número maior de eventos e contribuir com o desenvolvimento de negócios e serviços na capital sul-mato-grossense”, finaliza.
Débora Bordin – Fundação de Turismo do MS, com informações da SegovMS / Fotos: Chico Ribeiro