Em entrevista exclusiva, proprietários da escola Mon Petit falam em ‘restabelecer a alegria’ após investigação preliminar inocentar professora

Após exatos 30 dias do primeiro boletim de ocorrência (B.O.) com acusações contra crianças, professora da Escola Mon Petit é inocentada das acusações. Em coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (09.06) na capital, de forma preliminar, a delegada Fernanda Mendes, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) anunciou a decisão.

Professora Ederly e professor Antônio,, sócios proprietários da escola Mon Petit (Foto Dahoranews)

A sócia-proprietária da escola campo-grandense especializada em educação infantil, professora e mestre em educação Ederly Dal Moro, falou com o site Dahoranews sobre o que enfrentaram os profissionais, pais e alunos após os boletins de ocorrências acusando a educadora.

“Quando soubemos do B.O. fomos pegos de surpresa e espero que um fato dessa natureza nunca ocorra com nenhuma escola, pois o que passamos foi muito pesado. Uma escola que sempre primou pelo acolhimento e afetividade com as crianças, que presa pela família, pelos princípios de valores com nossos alunos. Esse sempre foi e sempre será nosso diferencial”.

Ela explica que a escola é monitorada “no play, na sala de aula, nos intervalos, nós nos preocupamos com o cuidado e atendimento aos nossos alunos. A contratação dos profissionais passa por uma rigorosa seleção, analisamos o currículo, a aula prática, o jurídico analisa a ficha desse profissional, além das capacitações que oferecemos”.

Mestre em educação e sócio proprietário da Mon Petit, o professor Antônio José Dal Moro conta qual foi o procedimento da escola nos dias de investigação. “Sempre tratamos tudo de forma transparente e colaborativa para os esclarecimentos dos fatos. A escola sempre esteve aberta e transparente, inclusive com os pais dos nossos alunos, pois achamos que não tem outro caminho senão esse. E aguentamos firmes tudo o que foi dito na mídia, os pré-julgamentos, pois tínhamos certeza da inocência da professora, que está conosco há 7 anos”.

Questionado sobre quais medidas serão tomadas a partir de agora, o advogado da escola, Bruno Resina, explica qual será a conduta da escola. “Registrar o boletim de ocorrência é um direito de todo cidadão, o que não pode é perder de vista princípios constitucionais, como, por exemplo, o da presunção de inocência. Aqui estamos tratando de uma investigação inicial, que é um B.O., e mesmo assim tivemos por parte de várias pessoas o pré-julgamento e até mesmo a condenação, tanto da escola quanto da professora, e de um crime que não foi cometido por ninguém. Então, o que vamos fazer em relação a isso é buscar os direitos reparatórios, com as pessoas que fizeram, por exemplo, pré-julgamentos”.

O professor Antônio afirma que a escola vai tentar tirar algo positivo do ocorrido “como por exemplo reforçar ainda mais nossos cuidados dentro de escola. As investigações comprovaram que nada aconteceu, mas não queremos que em nenhuma hipótese algo do tipo aconteça”.

A escola atende do berçário, que tem crianças de 4 meses aos 2 anos, ao fundamental, até 8 anos de idade. “Existe a possibilidade de solicitarmos uma retratação, pois a escola foi lesada moral e institucionalmente com acusações ilegais. Mas nosso objetivo agora é reorganizar a casa, deixar a comunidade e os pais informados do resultado das investigações para que todos se sintam tranquilos. Inclusive trabalhar para levantar a autoestima da equipe, que ficou abalada. Vamos restabelecer nossa alegria”, finaliza o professor Antônio.

Investigações

Conforme disse a delegada Fernanda Mendes durante a coletiva de imprensa, o depoimento das crianças foi essencial para as investigações. Elas passaram por um depoimento com psicólogo especializado e, em nenhum dos casos, foi relatado qualquer tipo de violência sexual.

Celulares e computadores da educadora e do marido dela foram analisados, porém, não foram encontrados indícios que levasse a crer que algum deles tivesse cometido algum crime. No início das investigações, a polícia também recolheu imagens de câmeras de segurança da escola. “Não registramos nenhum ato anormal dessa professora e nem das auxiliares”, disse a delegada.

A DEPCA detalhou que nem mesmo nas redes sociais e aplicativos de conversa foi identificado qualquer sinal de irregularidade, com vídeos ou imagens de crianças ou abusos. De acordo com os delegados, a professora deixa a condição de investigada.

Segundo o advogado da Mon Petit, Bruno Resina, a professora seguirá afastada de suas atividades curriculares e extracurriculares até o término das investigações.

 

Texto e fotos: Redação Dahoranews

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