Pelo quarto mês consecutivo, os donos de micro e pequenas empresas (MPE) estão mais otimistas com relação ao rumo dos negócios, segundo aponta a pesquisa Sondagem Econômica das Micro e Pequenas Empresas de maio, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O comércio foi o que obteve mais destaque dentre os setores pesquisados.
Em maio, o Índice de Confiança das Médias e Pequenas Empresas (IC-MPE) avançou 1,8 ponto, em relação a abril, chegando a 98,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2021, quando ficou em 98,9 pontos.
A contínua recuperação da confiança foi observada em todos os setores pesquisados: Comércio, Serviços e Indústria de Transformação.
“O ânimo dos empresários desse segmento, pelo quarto mês consecutivo, foi influenciado tanto pela situação atual quanto pelas expectativas de curto prazo. A não obrigatoriedade do uso das máscaras e do certificado da vacinação gera uma maior circulação das pessoas. Além disso, pesou nesse resultado também a prorrogação do Pronampe, que tem a intenção de gerar crédito para recuperação das MPE”, pontua o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Segundo o levantamento, o desempenho do Comércio foi alavancado pelos setores de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras), seguido do varejo de bens não duráveis.
A confiança do comércio subiu influenciada pela melhora dos indicadores de demanda atual e vendas previstas.
Após cair em abril, o índice de confiança desse segmento voltou a subir em maio — saltando de 5,5 pontos, para 91,4 pontos, o maior nível desde outubro de 2021 (92,9 pontos).
Segundo a pesquisa, os empresários enxergam uma perspectiva mais favorável a curto prazo, assim como a situação atual, puxada pela melhora nas vendas de maio. Ainda de acordo com o levantamento, todas as regiões registraram aumento em maio de 2022, com destaque para o Nordeste.
“Apesar dos bons números, o estudo mostra que os empresários ainda têm algum receio com o futuro. Mesmo com a melhora visível da pandemia e com a divulgação de pacotes que aliviam a pressão financeira das famílias, desafios como a inflação, o aumento da Selic e a dificuldade de retornar ao mercado impactam negativamente o setor, principalmente as famílias de baixa renda”, destaca o presidente do Sebrae.
Frio aquece vendas do setor de vestuário
Impulsionado pela chegada do frio, as vendas no setor de vestuário devem bater R$ 13,7 bilhões este ano, o maior volume desde 2014, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
O economista-chefe da CNC, Fábio Bentes, explica que apesar de o volume de receitas ainda estar 8% abaixo do período pré-pandemia há sinais de recuperação. A expectativa é de que o movimento se intensifique durante o mês de junho especialmente nas regiões Centro-Sul do Brasil.
Foto: Edemir Rodrigues