A reitoria da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) já recebeu a denúncia sobre a “sátira” do estudante de Medicina que revoltou muitas pessoas nas redes sociais. A informação foi confirmada na quarta-feira (12), pela própria entidade. O rapaz debochou de um texto sobre estupro de mulheres que Tracy Figg publicou na última segunda (11), nas redes sociais.
O desabafo da artista aconteceu após um anestesista ser acusado de estuprar uma gestante durante o parto, no Rio de Janeiro.
Ainda conforme o retorno da universidade, o acadêmico é tratado como “suposto estudante” do curso. Leia abaixo:
A Reitoria da UFMS tomou conhecimento por meio de uma denúncia a respeito de uma postagem feita por um suposto estudante da Medicina da UFMS em uma rede social.
De imediato, a denúncia foi encaminhada para Ouvidoria e Corregedoria, em atendimento ao artigo 85 da Portaria CGU n. 581/2021, o qual dispõe que “o relato de irregularidades deverá ser dirigido à unidade de ouvidoria do órgão ou entidade a que esteja vinculada, a qual providenciará o seu cadastro, análise, tratamento e distribuição às áreas de apuração competentes”.
Destaca-se que a UFMS tem uma comunidade universitária de 30.000 pessoas e o fato ocorreu externamente às atividades institucionais. A UFMS tem como objetivo qualificar os profissionais e respeitar os preceitos constitucionais.
“Sátira” do estudante
Nos comentários, várias pessoas se sensibilizaram e elogiam as palavras de Tracy Figg sobre o crime que muitas mulheres sofrem, quase diariamente.
Porém, o estudante de medicina decidiu debochar nos comentários e criar uma paródia considerada pejorativa por diversas mulheres que leram o texto, e nada relacionada a gravidade do assunto.
Veja abaixo a publicação da artista, à direita, e o texto do estudante à esquerda da imagem.
![À direita, o texto é da artista em que fala sobre o estupro. À esquerda, o texto do estudante debocha da situação. — Foto: Redes sociais/Reprodução](https://s2.glbimg.com/IsyTotwF8Hq9mbsciC7BT-M__Uo=/0x0:1827x1080/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/K/O/LNb9BWQNKtYr0JWhBF6w/aaaaaaaaa.jpg)
À direita, o texto é da artista em que fala sobre o estupro. À esquerda, o texto do estudante debocha da situação. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Seguidoras da artista ficaram revoltadas com as palavras do estudante. “(…) fiz um texto satírico justamente pra expor além de ridículo é bem transfóbico. Não existem pessoas com pênis que não são homens? E não existe estupro por parte de mulheres cis? Texto ridículo por texto ridículo, eu prefiro o meu. Tit for tat”, respondeu o rapaz, ainda nos comentários.
A AAAMUFMS (Associação Atlética Acadêmica Medicina Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) postou na terça (12) uma nota de repúdio às declarações feitas pelo estudante de Medicina da instituição pública.
O que ele diz
O mesmo foi procurado pelo Primeira Página sobre o ocorrido. Ele alegou que fez foi um “texto satírico” para contestar a parte final das palavras da artista.
“Em nenhum momento no meu texto ironizo o estupro ocorrido, não fiz piada com estupro e muito menos fiz piada com violência. Foi apenas um texto satírico, inocente e intencionalmente absurdo a fim de expor a ideia ridícula insinuada através da frase “sempre um homem” no texto original, o que é uma conclusão ilógica, sem cabimento”, diz parte da resposta enviada à reportagem.
Fonte: Primeira Página / Foto: UFMS