Conheça os sinais do câncer no intestino que vitimou o ex-jogador Roberto Dinamite

Fatores de risco incluem idade avançada, alimentação inadequada e excesso de peso

O câncer de intestino reúne os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto e ânus

A doença, também conhecida como câncer de cólon e reto ou colorretal, foi a causa da morte do ex-jogador Roberto Dinamite, maior ídolo do Vasco, aos 68 anos.

Alterações intestinais, presença de sangue nas fezes, perda de peso aparente estão entre os sintomas desse tipo de câncer.

Os fatores de risco incluem idade avançada, alimentação não saudável, como o consumo de alimentos ultraprocessados, e obesidade.

Sinais e sintomas

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são:

  • sangue nas fezes;
  • alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
  • dor ou desconforto abdominal;
  • fraqueza e anemia;
  • perda de peso sem causa aparente;
  • alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)
  • tumoração abdominal.

Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorroidas, verminose, úlcera gástrica e outros, segundo o Inca. Por isso, devem ser investigados para o diagnóstico correto e tratamento específico.

Fatores de risco

Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação não saudável, pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras.

O consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para este tipo de câncer.

Outros fatores relacionados à maior chance de desenvolvimento da doença são: história familiar de câncer de intestino, já ter tido câncer de intestino, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.

Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). Há também pacientes que têm a Síndrome de Lynch, decorrente de uma alteração genética que aumenta o risco de desenvolvimento de tumores no cólon e no reto.

A exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama, pode aumentar o risco para câncer de cólon.

Diagnóstico

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce) ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

O rastreamento dos tumores de cólon e reto (colorretal) pode ser realizado por meio de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias).

Tratamento

O câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos, estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo, dentro do abdômen.

Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor.

O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.

Prevenção

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de intestino está fortemente associado aos hábitos de vida, como tabagismo, alimentação inadequada e inatividade física.

A incidência da doença vem aumentando nos últimos anos e, em paralelo, observa-se que a população está cada vez mais exposta aos fatores de risco e menos exposta aos fatores de proteção, que seriam os hábitos de vida mais saudáveis.

A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino. Uma alimentação saudável é composta, principalmente, por alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes.

Além disso deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana.

Esse padrão de alimentação é rico em fibras e, além de promover o bom funcionamento do intestino, também ajuda no controle do peso corporal.

Cuidados

O excesso de gordura corporal contribui para um estado de inflamação crônica no organismo e essas alterações biológicas decorrentes do excesso de gordura podem contribuir para o processo de formação do câncer na região intestinal.

De acordo com o Inca, manter um índice de massa corporal em níveis adequados (IMC entre 18.5 e 24.9 Kg/m²), por sua vez, reduz as chances de desenvolver esse tipo de câncer. Ressalta-se, no entanto, que mesmo pessoas com IMC adequado podem apresentar um elevado nível de gordura corporal.

O hábito de fumar pode causar inúmeras doenças e diversos tipos de câncer, inclusive o de intestino. Já em relação ao álcool, estudos sugerem aumento do risco quando a quantidade ingerida é superior a 30 gramas de etanol por dia (cerca de duas doses de bebida alcoólica).

Entre os mecanismos reconhecidos que explicam a associação do álcool com o câncer, está o fato de o etanol ser convertido, no organismo, em uma substância chamada acetoaldeído. Ambos são classificados como cancerígenos para humanos. Além disso, o etanol funciona como solvente, facilitando a entrada de outras substâncias cancerígenas nas células.

 

Fontes: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer (Inca) / Foto capa: Daniel Ramalho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *