Após dois meses de denúncia do Ministério Público, parentes da vítima e testemunhas importantes para o processo foram ouvidas. A próxima etapa do júri está marcada para 19 de maio.
A primeira audiência do “Caso Sophia” ocorreu, na segunda-feira (17), no Fórum de Campo Grande. Dois meses após o Ministério Público oferecer denúncia, cinco testemunhas de acusação foram ouvidas, entre elas o pai da criança, os avós maternos, uma ex-namorada do padrasto da menina e um policial que acompanha as investigações.
O padrasto, suspeito da morte da menina de 2 anos, preferiu não participar da audiência. Diferente da mãe da criança, Stephanie de Jesus Da Silva, que foi ao júri e também investigada.
Foram ouvidas como testemunhas de acusação:
- Perito: Babington Roberto Vieira da Costa;
- Pai de Sophia: Jean Carlos Ocampo;
- Avô materno de Sophia: Rogério da Silva;
- Avó materna de Sophia: Delziene da Silva de Jesus;
- Ex-namorada de Christian: Andressa Victoria Fernandes Corrêa.
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Plenário em Campo Grande. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena
Durante o depoimento, Jean Carlos Ocampo, pai da criança, pediu para que Stephanie saísse do plenário e relembrou a trajetória da filha. O rapaz contou que desde quando Sophia tinha 9 meses, notava hematomas, mas sempre foi induzido pela mãe da criança a acreditar que eram machucados de quedas.
Ainda durante o depoimento, Jean relembrou da dificuldade que teve quando pediu a guarda da menina.
O avô, pai de Stephanie, falou que não é muito próximo da filha, mas que sabia dos hematomas e, assim como o pai da criança, sempre ouviu que era “porque Sophia caia muito”. A mãe da suspeita também confirmou as agressões e relatou ainda que a filha teve uma drástica mudança de comportamento ao conhecer Christian.
“Tanto da parte do Christian, quanto da Stephanie, há versões que negam o homicídio. A perícia foi realizada e nós esperamos o resultado para poder dizer que se houve ou não a prática do abuso sexual e se ela foi praticada pelo Christian”, afirmou a defesa do padrasto da Sophia.
O policial que participa das investigações adiantou ao juiz que o novo documento da perícia tem provas que a criança sofreu estupro. Na próxima audiência serão ouvidas as defesas dos suspeitos, depois a mãe e o padrasto da criança serão interrogados sobre o crime. O próximo passo do júri está marcado para 19 de maio.
Antes do júri começar, o pai de Sophia e o companheiro protestaram em frente ao Fórum. Frases estamparam cartazes pedindo por Justiça.
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Pai de Sophia protestou antes de júri. — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena
Entenda o caso
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Sophia morreu com dois anos em Campo Grande — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução
Relato de homofobia contra o pai. 30 procedimentos em unidades de saúde antes de morrer. Casa em situação insalubre. Boletins de ocorrência. Mãe e padrasto presos. A morte da menina Sophia Jesus Ocampo, de 2 anos, chocou moradores de Campo Grande e é alvo de investigação da Polícia Civil.
As idas de Sophia à unidade de saúde eram frequentes. O prontuário médico da menina consta que ela fez 30 procedimentos em unidades de saúde da capital, uma delas por fraturar a tíbia.
Stephanie de Jesus Da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.
No dia 26 de janeiro, a mãe levou Sophia à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino, onde a menina já chegou morta. O médico legista constatou que o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.
O laudo de necrópsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.
A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu “violência sexual não recente”.
Preso suspeito de estuprar e matar a enteada, Sophia Ocampo, de 2 anos, Christian Campoçano Leithein, de 25 anos, se pronunciou pela primeira quase um mês depois do crime, em Campo Grande. Na nota enviada pela defesa, o denunciado nega ter violentado sexualmente a menina.
Fonte: Portal G1 / Fotos: reprodução