Com o apoio do Sebrae via laboratório Living Lab, empreendedor Ronaldo Braga vem viabilizando a criação de espaços arquitetônicos funcionais e criativos
O empreendedor Ronaldo Braga, fundador da Kombi Arquitetura Criativa e Social, está transformando a arquitetura em uma ferramenta de impacto social. Combinando sua expertise na área e sua história pessoal, ele projeta e constrói espaços arquitetônicos funcionais e criativos, indo além do convencional. Essa iniciativa ganhou impulso com o Living Lab, laboratório de inovação e prototipagem do Sebrae/MS, que tem fornecido suporte essencial para reinventar a forma como a arquitetura é percebida e acessada por pessoas de baixa renda.
Ao combinar sua paixão pela arquitetura e sua história de origem, Ronaldo encontrou uma forma de retribuir à sociedade. “Eu vim de uma família simples e sempre tive essa vocação de ajudar as pessoas que hoje passam pela mesma situação que minha família passou, um projeto que possa viabilizar uma melhoria na qualidade de vida destas famílias”, compartilhou Ronaldo. A Kombi Arquitetura é o resultado dessa vocação e do desejo de oferecer oportunidades para todos, independentemente de sua situação econômica.
Atualmente, a empresa, que tem sede em Campo Grande (MS), disponibiliza uma ampla gama de serviços de arquitetura, mas com foco em atender pessoas com renda entre dois e cinco salários-mínimos. O objetivo é viabilizar a entrega de moradias acessíveis e customizadas à realidade de cada família, com base no valor do crédito aprovado.
Foi durante incubação na S-Inova, incubadora da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) que Ronaldo aprimorou a ideia do projeto. Ele destaca o papel do Living Lab no processo. “No Living Lab, recebi mentoria individualizada que me ajudou a entender como meu negócio funcionava e que para me tornar uma startup, eu precisava seguir algumas diretrizes, cumprir etapas, validar a ideia”, destacou.
No entanto, um dos desafios enfrentados pela Kombi Arquitetura está na falta de mão de obra qualificada, sendo necessário investimento, a médio e longo prazo, em treinamento e qualificação profissional e assim gradualmente aprimorando os projetos e introduzindo novos materiais e sistemas construtivos.
Outro desafio é a necessidade de equilibrar o aspecto social do trabalho com a viabilidade construtiva dos projetos. “Nós tínhamos uma ideia muito romântica de atender a sociedade, e uma empresa precisa ser financeiramente saudável. Desta forma, estamos analisando todas as etapas da construção para torná-la viável e mais eficiente, não somente para o cliente, mas para todos os envolvidos, pois, o projeto não resolve nada se não for exequível”, disse.
Projetos arquitetônicos
No primeiro projeto, a equipe optou pela alvenaria convencional, buscando entregar um resultado de alta qualidade. No entanto, devido à pandemia, houve alta de custos e a obra ultrapassou o valor previsto. Já no segundo projeto, a estratégia adotada foi utilizar a alvenaria estrutural como forma de reduzir os custos. “Procuramos materiais em promoção, como pisos mais acessíveis, e utilizamos gesso como revestimento interno, em substituição ao reboco”, explicou.
Ronaldo destacou que a equipe está constantemente buscando novas opções e materiais para aprimorar os projetos futuros. “Nossa intenção é adquirir expertise ao longo do tempo para trabalhar com outros materiais e oferecer mais opções aos nossos clientes”, ressaltou o empreendedor.
Além disso, ele mencionou uma abordagem que estão explorando em outro projeto. “Além da alvenaria estrutural, conforme o solo, adotamos o uso do radier, para reduzir o custo com a fundação e também existe a possibilidade do uso do tijolo com amarração, cobertura aparente do que o uso de platibanda e dependendo do caso, opções sem laje”, explicou.
Ronaldo acrescenta que outro item importante para a redução de custos na construção seria a adequação às exigências da Caixa Econômica Federal. A instituição financeira possui critérios específicos e normas a serem seguidas na aprovação de projetos e tecnologias.
Apoio para o desenvolvimento
No Living Lab, Ronaldo teve a oportunidade de receber mentoria individualizada, fundamental para o desenvolvimento de sua empresa. “Foi muito significativo ter alguém que se envolvesse com a minha ideia e trabalhasse junto comigo. A mentoria te faz questionar, abrir a mente para outras possibilidades”, disse. O programa envolve a realização de tarefas e cobranças periódicas para a evolução do projeto.
Outra contribuição do laboratório foi instigar o empresário a considerar a escalabilidade do negócio. Dessa forma, os planos futuros da Kombi Arquitetura incluem a transformação da empresa em uma startup. “Atualmente, estamos buscando formar uma equipe de obra, que será responsável pela qualidade do processo construtivo e acompanhará todas as etapas”, afirmou Ronaldo.
A empresa está em constante desenvolvimento e além da expansão da equipe, quer melhorar a qualidade dos projetos e adaptar tecnologias que permitam uma verificação eficiente do canteiro de obras, mesmo à distância. O foco é reduzir custos sem comprometer a qualidade e, se possível, até mesmo aumentá-la.
Para mais informações sobre as ações de inovação em Mato Grosso do Sul, os interessados podem acessar o portal do Living Lab. O laboratório fica na Rua Brasil, 205, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande (MS). O horário de atendimento é de 8h às 12h e de 14h às 17h. Mais informações aos empreendedores pela Central de Relacionamento do Sebrae, no número 0800 570 0800.
Foto: Arquivo Pessoal