Conforme pesquisa, no acumulado entre dezembro de 2022 e 2023, a cesta básica teve redução de 6,25% na capital de MS
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e divulgada nesta segunda-feira (8) aponta que no último ano, o preço da cesta básica diminuiu em 15 capitais, incluindo Campo Grande em que a redução foi de 6,25%, a maior do período entre as cidades pesquisadas.
Em dezembro, o valor da cesta fechou em R$ 697,69 na Cidade Morena, quando a farinha de trigo, o leite de caixinha e o pão francês registraram retração nos preços. Em compensação, a batata ficou bem mais cara, com aumento de 29,03% o preço médio do tubérculo em dezembro foi de R$ 6,00.
E não foi só a batata que ficou mais cara, não. O feijão carioquinha ficou 15,43% mais caro nos últimos dois meses. Em dezembro, também registraram altas o tomate (8,97%), o óleo de soja (7,44%), o arroz agulhinha (6,47%), a banana (4,06%), o café em pó (3,99%), o açúcar cristal (3,08%) e a carne bovina (0,58%).
A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na cidade morena foi de 116 horas e 17 minutos.
Produtos mais baratos
Considerando todas as capitais do país, a pesquisa aponta que em 12 meses, do total de 13 produtos da cesta básica, a carne bovina de primeira, o feijão carioquinha, o café em pó, o óleo de soja e a farinha de trigo, coletada no Centro-Sul, apresentaram recuo de preço em todas as cidades.
O valor do leite integral diminuiu em 16 capitais. Entre os produtos com variações positivas acumuladas, destacam-se o arroz agulhinha e o feijão tipo preto, pesquisado em Vitória, no Rio de Janeiro e nas capitais do Sul, com altas em todas as capitais pesquisadas. O preço do pão francês e do açúcar – cristal e refinado – registrou aumentos na maior parte das localidades onde se realiza a pesquisa.
Entre dezembro de 2022 e 2023, o preço da carne bovina de primeira diminuiu em todas as cidades pesquisadas, com destaque para os decréscimos em Salvador (-12,96%), Campo Grande (-12,26%), Fortaleza (-12,01%), Goiânia (-11,84%) e São Paulo (-11,10%).
O aumento da oferta de carne no mercado interno, a suspensão temporária da exportação para China e os altos preços ainda praticados explicam a redução do valor no varejo.
O preço do café em pó caiu em todas as capitais em 2023 e as variações oscilaram entre -19,36%, em Vitória, e -2,60%, em Belém. O aumento da safra de 2022/2023, em mais de 8% acima do esperado, diminuiu os preços do grão e do café em pó no varejo. O óleo de soja também teve o valor reduzido em todas as cidades, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023.
O valor médio da farinha de trigo apresentou queda em todas as cidades do Centro-Sul, onde é coletada, em 12 meses. As variações mais importantes ocorreram em Campo Grande (-17,07%), Vitória (-16,67%), Belo Horizonte (-13,62%) e Goiânia (-13,24%).
Produtos mais caros
O valor do quilo do arroz agulhinha subiu em todas as cidades, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. As variações oscilaram de 11,16%, em Belém, a 44,52%, em Goiânia. Maior demanda, interna e externa, principalmente a partir do segundo trimestre, elevou os preços do grão.
O preço do feijão tipo preto, pesquisado nas cidades do Sul e em Vitória e no Rio de Janeiro, acumulou alta de até 23,12%, em Florianópolis; 15,05%, em Curitiba; 14,32%, em Porto Alegre; 10,90%, no Rio de Janeiro; e, 7,77%, em Vitória.
A menor oferta e a maior demanda, principalmente a partir do segundo trimestre de 2023, encareceram o valor do grão. No caso da farinha de mandioca, coletada no Norte e no Nordeste, as altas de preços superaram 10% em todas as cidades, chegando a 20,39%, em João Pessoa. A exceção ocorreu em Fortaleza (-3,93%).
Mesmo com o aumento da área plantada e da produtividade, que elevaram a oferta da raiz, o preço médio da farinha subiu no Norte e no Nordeste, puxado pela demanda firme, pela entressafra e pela instabilidade do clima, principalmente no Pará, um dos maiores produtores do país.
Entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, o preço médio do quilo da batata, pesquisada no Centro-Sul, apresentou alta em nove das 10 cidades, com taxas entre 0,30%, em Belo Horizonte, e 18,91%, em Porto Alegre.
A instabilidade climática, ao longo do ano, com chuvas e fortes estiagens, teve impacto na oferta do tubérculo. O preço médio do açúcar aumentou em 16 cidades entre dezembro de 2022 e o mesmo mês de 2023, com variações entre 2,56%, em Campo Grande, e 17,08%, em Curitiba. A queda ocorreu em Vitória (-2,39%). O aumento das exportações de açúcar foi impulsionado pelos preços internacionais favoráveis, devido à menor oferta mundial, o que reduziu a disponibilidade interna.
O preço do feijão apresentou aumentos em todas as capitais. O tipo preto, pesquisado no Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, registrou a maior variação em Florianópolis (9,08%) e Porto Alegre (8,98%). Já o tipo carioca, coletado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e em Belo Horizonte e São Paulo, teve as maiores altas em Belém (18,86%), Belo Horizonte (18,71%), Brasília (15,97%) e Campo Grande (15,43%). A menor oferta, devido ao fim da colheita, provocou a alta dos preços no varejo.
O preço médio da batata subiu em todas as capitais, com altas que oscilaram entre 12,39%, em Vitória, e 45,40%, em Brasília. As chuvas e o final da safra explicaram os aumentos entre novembro e dezembro.
O quilo do arroz agulhinha teve acréscimo nas 17 cidades pesquisadas. As taxas oscilaram entre 1,47%, em Salvador, e 10,26%, em Aracaju. A maior demanda, externa e interna, e a instabilidade climática, que prejudicou a produção e reduziu ainda mais a oferta de arroz, explicam as altas.
Em dezembro de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 109 horas e 03 minutos. Em novembro, a jornada necessária foi calculada em 107 horas e 29 minutos.