No Plenário Júlio Maia, ALEMS sedia hoje o 2º seminário para Conscientização sobre o Autismo
Atuante nos mais diversos temas concernentes ao cidadão sul-mato-grossente, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) sedia nesta sexta-feira (12) o 2º Seminário para Conscientização sobre o Autismo, com foco na valorização das capacidades. O evento acontece por intermédio do deputado Paulo Corrêa (PSDB), 1º secretário da Casa de Leis, em solicitação ao projeto Guardião Azul Amigo do Autista.
Promovendo a conscientização, o debate contou com a participação de representantes do Movimento Autista Brasileiro (MOAB), da comissão de defesa do Direito da Pessoa com Autismo da OAB/MS, e representantes de entidades que também atuam com pessoas autistas e especialistas da área.
Rodrigo Machado, gerente geral da 1º secretaria da Assembleia Legislativa, representou o deputado e 1º secretário da ALEMS, Paulo Corrêa. “Em nome do deputado Paulo Corrêa, e em nome dos 24 senhores deputados, presididos pelo deputado Gerson Claro [PP], dou as boas-vindas a todos os presentes e rogo a Deus que nos ilumine os corações e mentes para que tenhamos um dia de trabalho muito proveitoso. Bem vindo a todos, muito obrigado”, agradeceu.
O mediador dos debates foi Alexandre Figueiredo de Araújo, diretor parlamentar no Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul e coordenador estadual do Movimento do Orgulho Autista do Brasil e idealizador do projeto Guardião Azul Amigo do Autista; junto a Dra. Raíssa Duailibi Maldonado Carvalho, presidente da Comissão de Defesa do Direito da Pessoa com Autismo da OAB/MS.
Alexandre Figueiredo agradeceu a presença de todos. “Que bom vê-los e estar aqui, foi muito bom a Assembleia Legislativa abraçar essa ideia, esse projeto, e a necessidade de conversar sobre o Autismo, e desejo a todos os palestrantes que estão aqui que vão vir contribuir nesse momento, e entreguem o melhor que tem com suas vivências sobre a palavra Autismo. Também agradecemos as pessoas autistas que estão aqui, esse é o objetivo do seminário, valorizar as capacidades. E por meio deste seminário, não só debater o Autismo, mas todo tipo de neurodiversidade”, ressaltou.
Raissa Dualibi Madonado agradeceu ao apoio de toda a diretoria da OAB. “Sempre apoiou nossos projetos e abraçou a causa, e a amizade que tenho com o Alexandre, que sempre apoiou nossos projetos. Cumprimento os demais componentes da mesa e agradeço os educadores, a segurança pública, as famílias que vieram. O 2º Seminário vem trazer mais informação e conscientização. Que eventos como esse aconteçam mais durante o ano”, considerou.
O vereador Professor Juari (PSDB), representou a Câmara Municipal, elogiando a iniciativa de Alexandre Figueiredo. “Quando convidamos Alexandre, um amigo e parceiro, para palestrar pelo União pela Inclusão [UPI], percebemos que ele sempre encanta, porque além de ter domínio sobre o assunto, tem a vivência. Isso é muito importante porque ele relata a situação de quando laudou o filho e como está sendo acompanhar toda a evolução do próprio filho e isso impacta todos que tem a oportunidade de ouví-lo. Me sinto privilegiado de estar aqui”, destacou.
Palestrantes
Dois palestrantes falaram sobre o tema na manhã, o primeiro foi o Professor Mestre Diniz da Cunha Silveira, graduado em Pedagogia com Especialização em Diversidade e Educação Especial para Inclusão Educacional; e Transtorno do Espectro Autista (TEA), e técnico do Centro Estadual de Apoio Multidisciplinar ao Estudante com TEA em Campo Grande.
Diniz da Cunha Silvera ressaltou a importância do professor para aluno especial em sala de aula. “Minha finalidade é fazer com que ele tenha autonomia, é a pedagogia inclusiva, a inclusão não é somente, mas para trazer os colegas para compartilhar o todo com ele. O apoio emocional, a melhoria da independência e do desempenho acadêmico, assim como o vínculo de confiança, que não pode ser quebrado, o que é prometido, deve ser cumprido. Há também os ensinamentos para a vida diária, atividades funcionais que podem ser feitas com o estudante”, disse.
“Inclusão não se refere somente às pessoas, mas também ao ambiente em que elas estão inseridas e, consequentemente, à sociedade como um todo. E porque ele anda na ponta dos pés, gira, se joga no chão, e olha diferente. Oras, é o jeito dele. E, com incentivo e compreensão, há desenvolvimento no tempo de cada autista. São crianças diferentes que representam um desafio, com um caminho que leva a um resultado final de proveito”, destacou o pedagogo Diniz da Cunha Silveira.
O professor Doutor Geraldo Peçanha de Almeida, psicanalista e professor da pré-escola, bebês e crianças até os 3 anos deixou seu recado a todos sobre a Educação Transformadora, utilizando empatia, cultura de pais e abordagem colaborativa. “A escola transformadora deve ser construída nos espaços. Somos um coração amoroso e uma alma absolutamente calorosa. Devemos olhar para cada um de nós, primeiramente. A inclusão não é de agora para frente. Nunca vi uma árvore ser plantada do tronco para cima, ela tem raízes, e isso é justamente a condição que nós temos de desenvolver os nossos galhos”, ressaltou.
Com mais de 25 anos de experiência na educação de crianças, e autor de mais de 70 livros com trabalhos internacionais em vários países. “Não queremos pensar no humano, e sim na idealização. Se uma escola não é capaz de entender a diferença de uma escola de 50 anos atrás, podemos encerrar esse evento. Falo de escola como raiz de árvore, podemos continuar lutando para o acesso, mas a maior transformação do processo de inclusão é quando nós transformamos a família em um núcleo terapêutico, e todas as instituições jurídicas, religiosas e assistência social atuem no esclarecimento e empoderamento. Sou pai solteiro por adoção de dois e esse é o milagre do meu filho mais novo, que não passa por terapias”, explicou.
Abril Azul
A campanha Abril Azul foi instituída pela Lei Estadual 5.721/2021, de autoria do deputado Antonio Vaz (Republicanos). Um mês voltado às ações de conscientização sobre o TEA, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. Integrando as ações da Casa de Leis relativas ao “Abril Azul”, a Comunicação Institucional da ALEMS produziu o livro “Corria no Pantanal uma ema: um conto sobre as diferenças”, que aborda, com leveza poética, o Transtorno do Espectro do Autismo.
Clique aqui para conhecer a obra, e as demais da coleção “Cidadania é o Bicho”, publicações digitais infantis que tratam de temas ligados à promoção e à defesa de direitos humanos por meio de histórias protagonizadas por animais da fauna pantaneira.