A ação desta quarta-feira é um complemento do trabalho iniciado na terça-feira, que não pôde ser concluído em razão do tamanho do presídio
Desde terça-feira (21), policiais do COP (Comando de Operações Penitenciárias) da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) estão fazendo uma operação para retirar celulares e outros objetos proibidos de dentro do presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. A operação inclui o uso de granadas de efeito moral. O barulho das explosões foi ouvido pelos moradores próximos.
Em nota, a Agepen informou que se trata de uma operação de rotina. Segundo a agência, os policiais utilizam granadas de efeito moral para conter os presos e permitir a realização segura das vistorias nas celas. A ação desta quarta-feira é um complemento do trabalho iniciado na terça-feira, que não pôde ser concluído em razão do tamanho do presídio.
A operação ocorre poucos dias após um tiroteio nas imediações da Máxima, quando um suspeito que tentava jogar drogas e celulares no pátio do presídio morreu em confronto com a polícia. Recentemente também um detento divulgou imagens de dentro da cadeia nas redes sociais.
Suspeita de atentado
O Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS) contesta a versão da Agepen de que a operação é de rotina, afirmando que alguns agentes estão sendo ameaçados e que o episódio do fim de semana foi, na verdade, um atentado.
“O atentado que aconteceu nesse fim de semana demonstra a fragilidade dos presídios de Mato Grosso do Sul e nós exigimos que haja uma resposta imediata para que isso não vire corriqueiro, que não se espalhe para outros presídios do estado. Para ter esse controle do sistema prisional, essa resposta era necessária. Agora, uma geral anunciada em que os presos já estão preparados e muitas vezes já se desfizeram de seus ilícitos não é uma resposta à altura do crime organizado”. (André Santiago, presidente do Sinsap.)
O Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande abriga mais de 2,4 mil presos. A operação não está sendo realizada em todo a unidade, mas sim em algumas celas específicas onde estão presos considerados mais perigosos e que estariam ameaçando os agentes que cumprem a lei. O balanço da operação será divulgado até esta quinta-feira.