Dar foco a atividades físicas pode ser extremamente benéfico para os pequenos
Na educação física da escola, no futebol, na aula de dança ou simplesmente brincando de pega-pega. Crianças se exercitam a todo momento, sem os pais e responsáveis ao menos perceberem o quando elas estão trabalhando o corpo.
As brincadeiras e atividades do cotidiano, no entanto, podem e devem dar lugar a outros tipos de treino. Pode parecer que um exercício físico para os pequenos é exagero e inadequado, mas, segundo Eduardo Netto, educador físico e diretor técnico da Bodytech Company, não só pode acontecer, como também é extremamente benéfico para a saúde das crianças.
Crianças podem fazer exercícios físicos?
De acordo com Eduardo, os benefícios de praticar exercícios desde cedo são enormes para o desenvolvimento motor, redução de doenças, fortalecimento muscular, controle de peso, melhora da postura, entre outros.
Porém, ele explica que há atividades apropriadas de acordo com a faixa etária. Crianças pequenas e em idade pré-escolar (aproximadamente de 3 a 5 anos), por exemplo, devem ser fisicamente ativas durante o dia com atividades adequadas para o seu desenvolvimento, podem correr, dançar e participar de jogos que promovam o movimento.
Em conjunto com recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), Eduardo explica como deve ser a frequência dos exercícios físicos nas pessoas mais jovens:
Crianças de 3 a 5 anos:
- Ser fisicamente ativas durante o dia para promover o crescimento e o desenvolvimento;
- Incentivar brincadeiras e atividades que envolvam movimento.
Crianças e adolescentes de 6 a 17 anos:
- Fazer pelo menos 60 minutos diários de atividade física de moderada a vigorosa;
- Incluir atividades aeróbicas, como correr, nadar ou andar de bicicleta;
- Realizar atividades de fortalecimento muscular e ósseo, como escalar, fazer flexões, saltar ou correr, pelo menos três dias por semana.
A partir dos 6 até os 12 anos já é recomendado fazer até 60 minutos de atividade física moderada por dia, como: futebol, basquete, ginástica, natação, entre outros exercícios que fortaleçam os músculos e os ossos. Já os adolescentes e jovens, de 13 anos em diante, podem fazer tudo, inclusive treinamento de força e exercícios de resistência, sempre com orientação adequada de profissional para evitar lesões.
“Os pais podem e devem incentivar um estilo de vida ativo e saudável para as crianças e jovens, desde que não forcem a barra e ofereçam opções de atividades variadas e divertidas, praticada de forma segura e adequada à idade. Ele ainda ressalta que a atividade física é extremamente importante para esses jovens, mas que deve ser feita de forma segura, com acompanhamento profissional, nutricional e de forma prazerosa, respeitando os limites e necessidades dos jovens.
Nutrição adequada
É fundamental destacar que a nutrição adequada é um fator primordial nos exercícios físicos dos jovens. As vantagens da atividade física podem ser maximizadas quando combinado com uma dieta balanceada, diz o educador físico. “Boa alimentação, hidratação, descanso e supervisão adequada garantem bons resultados e segurança durante o exercício ou esportes, principalmente para crianças e adolescentes”, acrescenta.
A importância da participação dos pais na promoção de um estilo de vida ativo e saudável para as crianças é essencial. “É importante lembrar que os filhos se espelham nos pais. Se os adultos da família se alimentam bem e são ativos, inclusive nos momentos de lazer, as chances de as crianças adotarem esses comportamentos são maiores”, orienta ele.
O que não pode ser feito em treino de crianças
Riscos como pressão psicológica e lesões físicas com os treinamentos intensos podem ocasionar lesões graves, depressão, fadiga, dificuldade para dormir, mudanças de humor, entre outros, revela o educador físico Eduardo Netto.
Por conta disso, é necessário se atentar, também, no que não se deve fazer com os pequenos.
Desconsiderar a Maturação Física
Segundo Eduardo, crianças variam em capacidades e limitações físicas de acordo com suas fases de desenvolvimento. “Prescrever exercícios sem se ajustar à idade biológica e ao nível de desenvolvimento pode resultar em lesões e problemas de saúde.”
Desconsiderar a maturação psicológica
Ao prescrever exercícios para crianças, é essencial considerar a maturação psicológica além da idade cronológica. “Isso ajuda a garantir a segurança, aumentar o engajamento, apoiar o desenvolvimento social e emocional, e evitar estresse e ansiedade. Adaptar atividades ao nível psicológico de cada criança maximiza a eficácia do programa de exercícios e promove uma experiência positiva e apropriada ao seu desenvolvimento”, explica o profissional.
Não se atentar à diversificação
Concentrar-se exclusivamente em uma modalidade de exercício pode ser monótono e levar a um desenvolvimento físico desequilibrado em crianças. “É crucial diversificar as atividades para desenvolver rapidamente as habilidades motoras, a força, a flexibilidade e a resistência cardiovascular”, ressalta Eduardo.
Orientação inadequada
A supervisão inadequada durante a prática de exercícios pode levar a uma execução imprópria e a riscos de lesões.
“É crucial que os exercícios sejam supervisionados por profissionais de educação física capacitados para que possam garantir a execução correta e a segurança. Sendo de extrema importância a realização de uma avaliação médica antes de iniciar um programa de exercícios pode ignorar possíveis condições de saúde que requerem atenção especial na prescrição de atividades físicas.”
De acordo com o profissional, os programas de exercícios para crianças devem ter como objetivo principal a “promoção de um estilo de vida saudável, divertido e seguro”.