Plano de facção para atacar policiais penais de MS é denunciado por detento

Segundo o preso, dois nomes já haviam sido escolhidos para serem os primeiros alvos do grupo

Polícia Civil de Campo Grande investiga novas ameaças de presos contra policiais penais da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado, a Gameleira II. Planos, que envolvem até mesmo atentados contra servidores, foram denunciados por um interno.

Conforme boletim de ocorrência registrado nesta sexta-feira (14), um detento conhecido como “Cabeça”, revelou ações, no último domingo (9), que estariam sendo planejadas por integrantes da facção CV (Comando Vermelho).

Aos agentes, ele teria revelado ter rompido com a facção e, por isso, teria informações importantes sobre o modo de operar dos criminosos.

“Estão planejando um ataque contra os policiais penais da G2, preferencialmente contra o plantão Alfa, mas que todos os plantões podem ser o alvo”, afirmou o preso.

Cabeça era detento na mesma cela onde estariam os líderes da facção: Devair Pereira de Castro, Pabilo dos Santos Trindade e Wesley Ribeiro da Silva. Por isso ele teria informações.

O registro policial ainda cita que o preso também afirmou que a preferência pelo plantão Alfa seria em represália aos servidores estarem prejudicando as ações da facção, no estado.

Apreensões de bilhetes dos integrantes do grupo criminoso, além de inúmeras outras ações ilícitas que estariam acarretando em múltiplas faltas disciplinares aos presos, incluindo recolhimento em cela disciplinar, estão entre as reivindicações dos detentos.

Em uma das situações, Pabilo, 2º na ordem de lideranças do Comando Vermelho e quem seria o responsável por planejar as estratégias de ataque da facção, teria retornado da solitária cobrando medidas do líder maior, Devair.

Novas rotas de tráfico e novos armamentos, que seriam trazidos do Paraguai, estavam nos planos do grupo.

Plano de ataque a policiais penais

Conforme o boletim de ocorrência, a primeira ação seria contra dois policiais penais, como forma de demonstrar “poder” da facção no estado.

O grupo já estaria em poder de 3 fuzis AR15, diversas pistolas 9mm, revólveres 38 e equipamentos para operar 1 Stinger de longo alcance, porém, estariam à espera de criminosos mais experientes e treinados, vindos do Rio de Janeiro, para realizarem os ataques.

A intenção do plano seria a reivindicação de melhorias dentro das unidades prisionais, expandindo os domínios, aumentando seus membros através do “batismo” e exigindo transferências, como é o caso de Devair, que é mato-grossense.

Caso os atentados não surtissem o efeito desejado, colocariam em prática o chamado “Plano B”, que envolveria ataques direcionados principalmente aos órgãos públicos, tais como, corregedorias, Ministério Público, tribunais, juízes, promotores, policiais e até mesmo a população em geral.

A execução do plano só estaria dependendo de aval de lideranças do grupo no estado vizinho, o Mato Grosso.

O que diz a Agepen?

Em nota, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de MS, informou que “não há nenhum dado concreto referente a isso. A GISP (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) está apurando”.

Além disso, a Agepen destacou que “por meio do sua Gerência de Inteligência, tem realizado o monitoramento contínuo de situações relacionadas a possíveis ameaças contra policiais penais, com a adoção de medidas nos casos identificados.

A reportagem também procurou o Sinsapp/MS (Sindicato dos Policiais Penais de MS) e aguarda retorno.

Fonte: PPMS / Foto: divulgação 

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