Conforme dados do MapBiomas, MS e MT são os estados que mais perderam superfície de água no país

O Pantanal foi o bioma que mais secou ao longo da série histórica

Os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foram os que mais perderam superfície de água na média histórica do Brasil em quase quatro décadas, segundo o levantamento do MapBiomas divulgado na quarta-feira (26).

O Pantanal, presente nos dois estados, teve queda de 61% da superfície de água. O levantamento levou em consideração a média história de 1985 a 2023. Conforme o MapBiomas, Mato Grosso do Sul registrou perda de 274 mil hectares (-33%), sendo o estado com maior queda do país. Na segunda posição está Mato Grosso, que perdeu 263 mil hectares (-30%).

O Pantanal foi o bioma que mais secou ao longo da série histórica. A superfície úmida ficou 61% abaixo da média em 2023. O bioma está na maior parte, 65%, em Mato Grosso do Sul e 35% em Mato Grosso.

Segunda a pesquisadora Marina Dias, do MapBiomas, o Pantanal foi o bioma que mais secou proporcionalmente. Ela explicou que a região passa por períodos de seca e cheias, mas que o estágio atual é diferente, especialmente pela redução na vegetação nativa de outros biomas nas nascentes dos rios.

“Desde 1985 o bioma apresenta uma tendência de seca das áreas alagadas. Em 2018 foi a última grande cheia do Pantanal. Nós tivemos reduções drásticas nos anos seguintes”, destacou.

Os três municípios com maiores perdas registradas são: Corumbá (MS), Cáceres (MT) e Poconé (MT), todas situadas no Pantanal. Na média da série histórica, Corumbá perdeu 261 mil hectares (-53%).

Para 2024, Marina Dias frisa que até o momento não observou por satélite a tendência de nenhuma grande cheia no bioma.

Superfície de água no Pantanal de Mato Grosso.
Pantanal em Mato Grosso. (Foto: Mayke Toscano/Secom-MT)

Os impactos

Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água, explica que a seca na região gera impactos no meio ambiente e também na economia.

“Amazônia e o Pantanal enfrentam uma grave redução hídrica, levando a significativos impactos ecológicos, sociais e econômicos. Essas tendências agravadas pelas mudanças climáticas ressaltam a necessidade urgente de estratégias adaptativas de gestão hídrica”, detalha.

A Coleção 3 MapBiomas Água mostra que o Brasil apresentou uma superfície de água de 18,3 milhões de hectares (Mha).

A quantidade encobre 2% de todo território nacional. Em 2023, todos os meses tiveram decréscimo na superfície de água em relação a 2022, em média -4%.

Veja o estudo completo aqui.

Fonte: PPMS / Foto: Bruno Rezende

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