Pesquisadores identificam novo composto que restaura a memória em casos de Alzheimer

Camundongos que foram geneticamente modificados para ter Alzheimer e receberam o composto recuperaram a memória

Uma molécula identificada e sintetizada por pesquisadores da UCLA Health pode abrir um novo caminho para o tratamento de Alzheimer. O composto reativou a memória e a cognição em ratos, dando a esperança de poder um dia fazer o mesmo em humanos.

Embora esteja se tornando cada vez mais claro que as placas amiloide no cérebro são um sintoma e não necessariamente a causa do Alzheimer, a maioria dos tratamentos atuais para a doença funcionam destruindo essas placas.

Os medicamentos aprovados pela FDA lecanemab e aducanumab funcionam dessa forma, mas, embora possam ser capazes de retardar o grau de declínio cognitivo, eles não podem reverter os efeitos cognitivos e de degradação da memória da doença.

Assim, o estudo buscou uma opção de tratamento alternativa. A equipe recorreu às oscilações gama – ondas cerebrais de alta frequência que têm sido associadas à memória e outros processos cognitivos.

Essas frequências são frequentemente degradadas em pessoas com Alzheimer e pesquisas anteriores mostraram que estimular pacientes com Alzheimer com sinais auditivos, visuais ou transcranianos que imitam as oscilações gama levou à redução de placas. Mais uma vez, porém, nenhuma melhora cognitiva foi vista.

Desta vez, os pesquisadores procuraram aumentar as oscilações gama de dentro, em vez de fora, do cérebro.

Composto molecular contra o Alzheimer

Os cientistas do estudo criaram um composto molecular chamado DDL-920 que funcionou para inibir a ação do mensageiro químico conhecido como GABA, que serve para amortecer as oscilações gama em estruturas de disparo rápido conhecidas como neurônios de parvalbumina.

Com o GABA inibido, a equipe acreditou que as oscilações gama seriam aumentadas de volta aos níveis normais e a memória e a cognição melhorariam.

E os testes com camundongos confirmou essa expectativa. Quando camundongos que foram geneticamente modificados para ter Alzheimer receberam o composto, seu desempenho anteriormente ruim em um labirinto melhorou para se igualar ao de camundongos saudáveis.

Além disso, levou apenas duas semanas de dosagem oral duas vezes ao dia para que houvesse uma melhora.

Os pesquisadores também não notaram nenhum efeito colateral visível durante a fase de testes.

Apesar dos bons resultados, os pesquisadores dizem que são necessárias mais pesquisas para ver se o tratamento será seguro e eficaz em humanos. Se for, a descoberta oferece uma maneira totalmente nova de tratar a doença.

Quais os primeiros sinais de Alzheimer?

  • Perda de memória;
  • Problemas para completar tarefas que antes eram fáceis;
  • Dificuldades para a resolução de problemas;
  • Mudanças no humor ou personalidade; afastamento de amigos e familiares;
  • Problemas com a comunicação, tanto escrita como falada;
  • Confusão sobre locais, pessoas e eventos;
  • Alterações visuais, como problemas para entender imagens.

Quais os fatores de rico para Alzheimer?

O envelhecimento é um importante fator de risco para a doença de Alzheimer, pois causa alterações no cérebro. Após os 65 anos, o número de pessoas com doença de Alzheimer duplica a cada cinco anos, de acordo com a OMS.

As chances também aumentam se os seus pais ou irmãos a tiverem; no entanto, ter um histórico familiar da doença não garante que você também a terá.

Se várias pessoas da sua família tiveram Alzheimer, especialmente em idades mais jovens, você deve considerar aconselhamento genético para avaliar suas chances de desenvolvê-lo.

Fatores de risco de estilo de vida

  • Consumo excessivo de álcool
  • Níveis de educação mais baixos
  • Maus hábitos de sono
  • Fumar ou exposição ao fumo passivo

Condições relacionadas à saúde que aumentam o risco de Alzheimer

  • Diabetes
  • Doença cardíaca
  • Pressão alta
  • Colesterol alto
  • Obesidade

 

Fonte: Catraca Livre / Foto: DepositPhotos

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