As investigações apontam que a área queimada em 2024 sofre incêndios recorrentes, e, posteriormente, é também alvo de grilagem. Grupo é investigado por atear fogo a área da União para a criação de gado.
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (20) mandados de busca e apreensão contra suspeitos dos crimes de incêndio, desmatamento e exploração ilegal de terras da União na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Investigados são suspeitos de atear fogo a área da União para a criação de gado e causar dano de mais de R$ 220 milhões à área explorada.
A Polícia Federal não divulgou a identidade dos suspeitos. Segundo a corporação, os suspeitos são investigados pela ocupação irregular de uma área que já totaliza 6.419,72 hectares, e que é utilizada para pecuária. Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima-se a criação de mais de 7.200 animais em todo período investigado.
Operação
São sete mandados expedidos pela Justiça Federal de Corumbá na operação Prometeu, em conjunto com o Ibama e a Assistência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
“As investigações dos incêndios de 2024 apontam que a área queimada é alvo reiterado deste tipo de crime ambiental, e posteriormente alvo também de grilagem das áreas com a realização de fraudes junto aos órgãos governamentais”, diz a PF.
De acordo com a PF, durante as investigações foi descoberto que uma área de mais de 6 mil hectares que pertence a União foi invadida e incendiada várias vezes, para ser utilizada na criação de gado. Ainda segundo as autoridades, foram encontrados mais de 2 mil animais, mas a estimativa é de que sete mil animais foram criados no local, nos últimos anos.
Região afetada pela queimada. — Foto: Divulgação
Conforme o superintendente da Polícia Federal em Corumbá, Carlos Henrique D’angelo, imagens de satélite mostram que a área queimada começou a ser danificada a partir de 2020.
“Em 2024 houve um incêndio nessa propriedade, o que chamou a atenção, durante investigação, imagens de satélite constataram que em 2020 a área era perfeita, intacta, e a partir daí ela começa a sofrer sucessivos incêndios. Durante rastreamento da área foi descoberto que a mesma se tratava de terras da união, que pertence ao governo federal. A “pessoa” em um só tempo comete o incêndio e a “grilagem” de terras públicas”, informou.
Os investigados devem responder pelos crimes de provocar incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa.