Suspeito de chefiar organização criminosa de trabalho escravo no Paraná mora em Itaquiraí (MS)

Ação da PF faz parte da Operação Tripalium, deflagrada no início deste ano após 15 trabalhadores serem resgatados de situação análoga à escravidão em uma plantação de mandioca no noroeste do estado.

A Polícia Federal de Guaíra, no oeste do Paraná, deflagrou a segunda fase da Operação Tripalium, que tem por objetivo o combate ao tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão na região.

Nesta etapa, foi cumprido mandado de busca e apreensão contra uma pessoa suspeita de chefiar a organização criminosa do estado.

A operação aconteceu na quarta-feira (2). O homem, que não teve a identidade revelada, mora na zona rural do município de Itaquiraí, no Mato Grosso do Sul. No local, a PF apreendeu um aparelho celular e cadernos de anotações.

Segundo a corporação, a organização criminosa é suspeita de realizar o recrutamento, transferência e transporte de trabalhadores indígenas e não-indígenas estrangeiros às lavouras de mandioca na região oeste do estado.

De acordo com o delegado do caso, Vinícius de Paula Conceição, as vítimas eram convencidas a realizar o trabalho sob a promessa de que receberiam alimentação e uma moradia digna.

“Os trabalhadores, quando se deslocaram para essas regiões, em transporte da própria organização criminosa até essas plantações, se deparavam com uma realidade totalmente adversa, uma realidade degradante onde os trabalhadores não podiam se deslocar ou voltar para suas casas de origem ou para seu país, tendo em vista a própria servidão por dívida a que os empregadores submetiam esses trabalhadores”, explica.

Operação Tripalium

A operação começou em janeiro deste ano, quando 15 trabalhadores paraguaios foram resgatados de situação análoga à escravidão em uma plantação de mandioca na área rural de Icaraíma, no noroeste do estado, segundo o Ministério Publico do Trabalho (MPT).

Na época, dois homens responsáveis por uma fazenda foram presos em flagrante por aliciamento e prática de trabalho análogo à escravidão.

Entre os problemas identificados pela polícia, estavam alojamentos em locais precários e sem condições mínimas de higiene. Além disso, os trabalhadores também estavam com os salários atrasados.

Denúncias

As denúncias do crime de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas online, via aplicativo ou também pelo site do MPT.

É possível, também, fazer denúncias pelo disque 100, assim como presencialmente nas unidades de Ministério Público do Trabalho.

Fonte: G1MS / Foto: Polícia Federal

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