Estudo mostra que alimentação natural aumenta indicadores de imunidade e oxigenação nos cães
As discussões sobre comida dos pets e os perigos de uma alimentação exclusivamente baseada em rações ultraprocessadas têm crescido cada vez mais entre os tutores de animais de estimação. A falta de conhecimento sobre como fazer transição para uma dieta mais natural, no entanto, ainda afasta alguns pais de pet da ideia de incrementar a prato dos cães e gatos.
Um estudo da Universidade de Pomona, no estado norte-americano da Califórnia, publicado em 2014, embasa a tese e aponta que os cães cuja dieta tem como base alimentos naturais cozidos apresentaram parâmetros melhores de imunidade e oxigenação. A pesquisa acompanhou 21 cachorros e fez quatro hemogramas em cada um deles durante um ano. Com a mudança, os pets aumentaram seus níveis de globulinas, leucócitos, hemácias e hemoglobina.
A veterinária Gabriela Corte Real trabalha em A Quinta, uma foodtech de alimentação natural para pets, que possui uma assistente virtual gratuita que orienta tutores na inserção de alimentos naturais na dieta dos pets. Ela explica que fatores como a baixa diversidade de nutrientes, o excesso de antioxidantes, a superdosagem de carboidratos e os corantes artificiais podem ser prejudiciais para a saúde dos animais.
Além disso, a profissional também chamou atenção para a presença de farinha de milho ou soja, usadas para baratear o custo das rações, que apresentam baixa riqueza nutricional.
Quais os benefícios de uma alimentação natural para pets?
Segundo Gabriela, a adoção de uma dieta mais natural apresenta uma série de benefícios para os pets. São eles:
- Pele e pelagem mais saudáveis, com o auxílio da presença de ômega-3 e ômega-6;
- Controle de peso, já que cada dieta pode ser personalizada;
- Aumento da energia e da vitalidade;
- Redução de alergias, geradas por corantes e conversantes;
- Prevenção de doenças, com a melhora do sistema imunológico;
- Controle de problemas digestivos.
Ela explica que é possível fazer uma transição mais lenta e ir testando alimentos aos poucos com seu pet. Gabriela defende ainda que a alimentação natural não necessariamente precisa ser mais cara do que uma dieta à base de ração processada, já que as duas podem conviver e ingredientes baratos podem ser adotados.
“Pequenas incrementações na dieta já são capazes de mudar um quadro de déficit nutricional, inclusive auxiliar em problemas de saúde que podem ser consequência disso, como alguns problemas de pele ou da flora intestinal”, afirma. “É possível a incorporação de 200g de iogurte natural, 3 gotas de própolis sem álcool e meia cenoura na ração seca. Isso significa que é possível trocar o investimento nos industrializados por ingredientes mais saudáveis.”
A transição, no entanto, deve ser acompanhada por um veterinário ou zootecnista, para que ele possa levar em conta as características do pet (idade, raça, peso e condições de saúde, por exemplo) calcular as porções exatas de cada alimento.
“Um erro comum ao adotar a alimentação natural é tentar replicar dietas humanas ou copiar dietas de outros pets, sem levar em conta que as necessidades nutricionais dos pets são muito diferentes”, reforça.
O ideal, segundo Gabriela, é que a transição seja gradual e a alimentação natural seja implantada em uma quantidade pequena, representando até 20% da comida ingerida na refeição. Se, após um período de adaptação, seu pet aceitar bem a nova dieta, ela já pode ser implementada em sua plenitude.
“Se, após um período de 1 a 2 semanas, o pet estiver reagindo bem aos novos alimentos, com energia, fezes normais e sem sinais de desconforto, a dieta com os ingredientes naturais pode seguir de forma integral.”