Saiba quando trocar a esponja de cozinha que pode estar mais suja que a própria louça

Utensílio é um dos mais contaminados da cozinha e deve ser substituído com frequência. Higienização e cuidados com a umidade ajudam a aumentar a vida útil.

Sabia que a esponja de cozinha comum pode acumular por volta de 680 milhões de fungos e bactérias em um período de 15 dias?

Os números são de um estudo de 2017 feito por pesquisadores do Centro Universitário UniMetrocamp Wyden (antigo DeVry Metrocamp), de Campinas, que fizeram o experimento com esponjas usadas e não higienizadas.

A esponja de lavar louça fornece um ambiente ideal para a multiplicação de microrganismos. “Ela acumula restos de alimento, que viram uma fonte de nutrientes para bactérias e fungos”, conta Andrea Balan, coordenadora da disciplina de microbiologia para nutrição da USP.

Esses bichinhos invisíveis também adoram umidade.

“Muita gente coloca a esponja naquele potinho, que vai acumulando água. O ambiente úmido é um dos fatores mais importantes para a proliferação”, completa Balan.

Saiba qual é o tempo recomendado para a troca das esponjas e entenda mais sobre como as bactérias que o utensílio acumula podem fazer mal a você.

Em quanto tempo devo trocar a esponja?

As bactérias se multiplicam de 15 em 15 minutos, por isso, o indicado é trocar a esponja a cada semana.

“É o que eu faço em casa”, conta a professora Andrea Balan. “Mas não existe uma regra, porque depende do que você vai lavar. Se você lava uma frigideira ou uma chapa cheia de gordura, com uma crosta de fritura, a esponja já vai ficar suja, mesmo se for nova”.

Se, mesmo antes de completar uma semana, a esponja já estiver com a aparência escurecida ou com uma sensação gordurosa ao toque, a troca já pode ser feita.

Em contrapartida, quem não usa muito o utensílio pode segurar por mais tempo. “Se você mora sozinho, não cozinha muito e não lava muita louça, dá para levar por até duas semanas”, sugere Balan.

Outro ponto importante é manter a esponja sempre limpa e seca, fazendo a higienização a cada lavagem de louça, para que ela de fato dure por esse tempo todo sem causar a contaminação dos pratos.

Como lavar a esponja

O ideal é lavar a louça, depois lavar a própria esponja e deixar a esponja secar. “É só passar detergente e esfregar. O detergente destrói a parede celular das bactérias”, explica Balan.

Para ajudar a deixar a esponja mais seca e garantir que os microrganismos morram, a especialista recomenda colocá-la no micro-ondas após a higienização, por 1 a 2 minutos. Também não há necessidade de guardar em um pote – é só armazenar a esponja em um lugar seco e ventilado.

Outra opção é trocar a esponja por uma escovinha de lavar louça. “A superfície das cerdas da escova é menos aderente para os microrganismos. Eles também vão se acumular ao longo do tempo, mas é mais fácil de limpar, por ser de plástico”, afirma Balan.

Pode fazer misturinhas? Segundo a microbiologista, acertar nas proporções de uma misturinha com produtos de limpeza é difícil e pode ter o efeito contrário, de contaminar a esponja com o químico.

Como o utensílio é usado para lavar a louça, você corre o risco de levar resíduos do produto para os pratos e, em seguida, para os alimentos.

Por que trocar a esponja?

Mesmo lavando, a esponja ainda tem que ser trocada? A resposta é sim, porque a higienização não consegue se livrar de todos os microrganismos. O problema está na multiplicação dos que ficam para trás.

“Existe uma coisa chamada biofilme, que é como se fosse uma proteção criada por um grande número de bactérias. É como uma carapaça, que não deixa entrar detergentes e químicos”, explica Andrea Balan.

“Isso é um grande risco, porque se você vai lavando a louça ao longo da semana e depois vai lavar outro material com a esponja, vai levar os microrganismos para lá”, diz a microbiologista.

Essa é a contaminação cruzada e pode ocorrer não só com o material (que pode ser um prato ou uma panela), mas também com alimentos servidos ou preparados sobre ele.

A grande maioria das bactérias encontradas na esponja também está presente no nosso corpo, mas o aumento repentino da quantidade pode causar um desequilíbrio e ocasionar doenças.

Veja alguns dos microrganismos mais frequentemente encontrados nas esponjas e que tipo de estrago podem causar:

  • Escherichia coli: bactéria que causa infecções gastrointestinais e intoxicações alimentares. Costuma ser a mais comum.
  • Klebisiella spp: bactéria que causa diversos tipos de infecções e pode apresentar grande resistência a antibióticos, sendo difícil de tratar.
  • Salmonella spp: bactéria que causa infecções gastrointestinais graves, como salmonelose. Conhecida como a “bactéria do ovo”.
  • Aspergillus sp: fungo que pode causar intoxicação por micotoxinas ou infecção pulmonar (aspergilose).

Abaixo, veja uma lista de esponjas, escovas e detergentes, a partir de R$ 4 a R$ 36. Os produtos foram consultados no início de novembro, nas principais lojas on-line.

Fonte: Portal G1 / Foto: Freepik

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