Médica revelou que muitos pacientes terminais expressam arrependimentos profundos em seus últimos dias.
Segundo Shoshana Ungerleider, o principal remorso é não ter passado tempo suficiente com seus entes queridos, mas há outros lamentos comuns.
À medida que o fim da vida se aproxima, muitas pessoas começam a refletir sobre suas escolhas e o que poderiam ter feito de forma diferente. Shoshana Ungerleider, médica clínica especializada em cuidados paliativos, passou grande parte de sua carreira ao lado de pacientes terminais e, através dessas experiências, ouviu inúmeros relatos sobre os maiores arrependimentos das pessoas.
Aos 44 anos, Shoshana Ungerleider, que vive em São Francisco, nos Estados Unidos, compartilhou com o CNBC Make It as cinco principais coisas que seus pacientes mais lamentam no leito de morte, oferecendo essas lições como um lembrete poderoso para todos nós aproveitarmos mais o presente. “Estar próximo do fim da vida te obriga a estar presente, porque isso é tudo o que resta”, explicou a médica, que em breve apresentará o podcast Before We Go, com lançamento marcado para 8 de outubro.
Ela afirma que essas lições não são exclusivas para quem está no fim da vida, mas servem como um conselho para todos. “Ao longo de nossas vidas, este momento presente é tudo o que temos”, enfatiza Ungerleider.
Os cinco arrependimentos mais comuns incluem:
- Não passar tempo suficiente com as pessoas que amamos
- Trabalhar em excesso
- Deixar o medo guiar decisões, evitando riscos necessários
- Falta de coragem diante de incertezas e oportunidades
- Focar demais no futuro, perdendo a conexão com o presente
Além de recomendar a importância de hábitos saudáveis, como dieta e exercícios, a médica também incentiva que, em qualquer fase da vida, as pessoas reflitam sobre sua mortalidade. Segundo ela, isso ajuda a viver de maneira mais plena e com propósito. “Pensar sobre nossa mortalidade, seja aos 20, 50 ou 80 anos, nos permite dar mais valor ao que realmente importa”, disse.
Essa visão é compartilhada por outros profissionais que trabalham com pacientes terminais. Hadley Vlahos, cuidadora domiciliar de pacientes em estágio final de vida há mais de oito anos, usa o TikTok para contar histórias tocantes sobre o que seus clientes costumam expressar em seus últimos momentos.
Hadley, que escreveu o livro The In-Between: Unforgettable Encounters During Life’s Final Moments [O meio-termo: encontros inesquecíveis nos momentos finais da vida, em tradução livre], relata que muitos de seus pacientes se arrependem de ter priorizado o trabalho em detrimento do tempo com a família. “Muitos dizem que se distanciaram de seus filhos e perceberam que as coisas que julgavam ser essenciais, na verdade, não eram.”
Outro grande arrependimento que ela frequentemente ouve está relacionado ao apego excessivo a bens materiais. “Lembro-me de uma paciente em uma mansão, em sua cama de hospital, que se deu conta de que não se pode levar nada consigo quando se vai. O que realmente importa no fim são as pessoas que estão ao seu lado.”