A menina precisou raspar a cabeça para que o tratamento fosse realizado. O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Dourados (MS).
Uma menina, de 7 anos, foi internada no Hospital Universitário (HU) de Dourados (MS) com infestação de larvas no couro cabeludo. O caso foi denunciado pelo pai da criança à Polícia Civil e a mãe da menina segue em investigação por maus-tratos.
Conforme apurado pela reportagem, os pais são divorciados e o pai da criança fica com ela aos fins de semana. No último domingo (24) ele teria notado larvas na cabeça da filha e decidiu procurar atendimento médio em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
No local, junto da mãe da criança, a equipe médica informou que seria necessário raspar a cabeça da menina para que fosse realizado os procedimentos de limpeza, porém o procedimento não foi autorizado pela mãe e, após uma breve limpeza, a criança foi liberada.
Diante da situação, o pai da menina foi até a Delegacia de Pronto Atendimento e registro um boletim de maus-tratos contra a ex-esposa. Entretanto, na segunda-feira (24) a criança seguia reclamando de dores de cabeça e que não conseguia dormir. Então o pai voltou na UPA e tentou acionar o Conselho Tutelar Centro, que é responsável pela área onde a menina mora com mãe, mas não conseguiu contato no plantão.
Na unidade de saúde, a equipe médica informou que acionaria a Guarda Municipal para relatar o que estava acontecendo e, nesse momento, a mãe permitiu que o tratamento fosse feito e que a cabeça da filha fosse raspada para retirada das larvas.
Durante o atendimento, a equipe médica registrou as larvas que foram retiradas da cabeça da criança. Devido a gravidade e a infestação, na terça-feira (25) a menina precisou novamente ser atendida na UPA e foi transferida para o HU, onde segue internada.
Crime
Na polícia, o pai da criança acusou as conselheiras da unidade centro de negligência, dizendo que já teria tentado denunciar a ex-esposa outras vezes, mas que nunca foi ouvido. As responsáveis pela unidade procuraram a polícia nesta terça-feira (25) e registraram uma ocorrência de desacato contra o pai da criança.
Apesar do protesto do pai, a menina continua sob a guarda da mãe. O caso que segue em acompanhamento do conselho tutelar centro.
Segundo as conselheiras, o caso será levado para a vara da Infância e da Juventude.
“Independente da região, a gente tá aqui para trabalhar pela criança e pelo adolescente. No momento que fizemos o atendimento dele no conselho, eu percebi, vi as larvas saindo da cabecinha dela. A gente ficou muito indignada mesmo com a situação”, informou a conselheira Eliane Brito, da unidade leste, que atenderam a menina no domingo.
