De olho nos protocolos de segurança desde o início da pandemia, a escola já serviu de exemplo para instituições de ensino de várias partes do mundo
Campo Grande (MS) – As escolas de todo o país estão tendo que se adaptar à novas normas e protocolos de biossegurança, mesmo que a volta às aulas presenciais ainda não tenha data certa. Mas, uma escola privada de educação infantil de Campo Grande começou a entrar no novo normal desde o mês de março deste ano, logo no início das ações de prevenção à disseminação do novo coronavírus no Brasil. E em junho, a escola já havia cumprido todas as medidas exigidas para a retomada.
Especializada em educação infantil, a escola cumpre os protocolos da OMS e tem seu plano de biossegurança baseado em artigos científicos, que orientaram a retomada da educação presencial na europa. É o que diz o professor Antônio José Dal Moro, mestre em educação e sócio-proprietário.
“Estamos na expectativa da retomada. Teremos uma reunião no próximo dia 14 de agosto com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul e outras entidades que fazem parte da comissão de discussão de biossegurança para a educação aqui em Campo Grande, e espero que consigamos ter o direito ao retorno das atividades presenciais no final de agosto, como foi conversado na última reunião. A ideia é voltarmos de forma gradativa, com número reduzido de alunos para podermos promover o distanciamento físico. E o retorno também será facultativo, já que as escolas estão utilizando plataformas de ensino online e tem pais que ainda não se sentem confortáveis em levar os filhos para a aula presencial. Esses pais e alunos vão continuar recebendo o ensino não presencial, pois as aulas que acontecerão em sala serão transmitidas ao vivo nas plataformas”.
A escola atende do berçário, que tem crianças de 4 meses aos 2 anos, ao fundamental, até 8 anos de idade. O professor Antônio cita que alguns estudos mostram que as crianças dessa faixa etária e que foram infectadas com o coronavírus, contraíram de adultos que levam o vírus para dentro de casa. “Na maioria das vezes as crianças contraem o vírus dentro da própria casa, pois muitas vezes precisam de babás, ou são cuidadas por pessoas da família que nem sempre conseguem fazer isolamento. Então, a nossa intenção é proporcionar aqui nas escolas um ambiente seguro, para que os alunos tenham saúde física, mental e emocional nesse momento”.
Protocolos de Biossegurança
A escola já demonstra preocupação com a saúde dos alunos tendo em seu quadro de funcionários uma profissional responsável pela biossegurança. A enfermeira Rafaela Penrabel, mestre e doutoranda em Saúde pela UFMS, capacitou toda a equipe de colaboradores e professores para seguirem à risca as regras sanitárias atuais e também para orientarem os pequenos sobre os protocolos de biossegurança. As ações de prevenção vão desde a aferição de temperatura dos alunos por uma enfermeira na porta da escola, a passagem dos alunos e profissionais que entram na escola por tapetes sanitizantes, a desinfecção das mãos em um totem de álcool gel 70% logo após o tapete, o uso de máscaras identificadas com o dia da semana, face shield para os aluninhos, professores e demais profissionais da escola, além da lavagem das mãos na volta de todas as atividades fora da sala e das recreativas, que serão priorizadas em ambiente aberto e de caráter individual. A orientação para o distanciamento físico será constante.
Todas as salas contam com identificação nas portas, com o nome da professora e de cada aluno daquele período. E, assim como as carteiras, o material de uso individual tem a identificação de cada aluno e só ele pode usá-lo. O distanciamento entre as carteiras também é feito de modo que os alunos fiquem a uma distância de 1,5 metro, com marcações sinalizadas no piso. Todas as salas contam com borrifadores de álcool 70% e de um desinfetante natural, que é um produto de higienização 100% orgânico.
Mas os protocolos não param por aí. A cada troca de turno (matutino, vespertino, intermediário e integral), as salas de aula são higienizada e ocorre a limpeza dos utensílios, materiais e todas as superfícies. E, ao final do dia, toda a escola passa pelo processo de nova desinfecção de vírus, fungos e bactérias, com uma máquina borrifadora de um produto à base de óleos essenciais da flora brasileira. Esse produto é o único feito de ativos naturais registrado pela Anvisa, não causa toxicidade ocular, oral ou cutânea e tem alta biodegradabilidade.
Cuidados
A professora Ederly Dal Moro, mestre em educação e sócia-proprietária, explica que os pais não podem entrar nas dependências da escola durante a pandemia para evitar a contaminação do local. “Os pais não podem entrar no horário em que houver criança dentro da escola, mas eles têm acesso às atividades das crianças por vídeo e vão receber um manual com todas as explicações de como a escola desenvolverá as atividades, de acordo com protocolos de segurança. Fazemos também reuniões com eles através de plataformas digitais para receberem mais orientações, inclusive para não levarem os filhos para a escola se eles tiverem qualquer sintoma gripal. Mas, como vamos trabalhar com o sistema híbrido de educação, as crianças vão poder assistir de casa a mesma aula que a turma presencial está tendo. Queremos que a escola seja o lugar mais seguro para nossos alunos e que os pais saibam que é possível retornar às aulas com prevenção e segurança”, salienta a professora.
Dal Moro ressalta ainda que caso a criança não se sinta bem ou apresente algum sintoma gripal dentro da escola, ela é acompanhada por uma profissional para uma salinha de isolamento. “Nesse tempo em que ficarão em isolamento, as crianças serão acolhidas até que os pais venham buscá-las. Temos uma equipe excelente de profissionais nosso quadro de funcionários, que conta com uma psicóloga clínica infantil, uma psicopedagoga, uma fonoaudióloga e são todas muito preparadas para qualquer situação. Nossos alunos serão muito bem assistidos e cuidados”.
Exemplo
Entre os protocolos adotados em países como Dinamarca, Finlândia, França, Inglaterra, China, Coreia do Sul e Portugal no cuidado para o retorno às aulas, estão a desinfecção das escolas, tendas de desinfecção dos alunos na entrada, controle de temperatura, uso de máscaras, lavagem de mãos e instalação de torneiras, grupos menores de alunos, distanciamento, horários diferentes de entrada e saída, sala de aula arejada, afastamento de professores do grupo de risco. Todos essas protocolos foram adotados pela escola campo-grandense, que fez ainda um vídeo explicando como será seu novo normal. Para conferir é só clicar AQUI.
Texto e fotos: da Redação