Quem bebe e assume a direção de um veículo automotor não tem consciência. A fala parece ser unanimidade pelo menos entre os motoristas abordados em operação de trânsito e que saíram livres após o teste do bafômetro.
O bancário Cleverson Pinheiro, 50 anos, foi surpreendido na noite de ontem após um teste positivo no bafômetro passivo, usado para triagem em operações de fiscalização de trânsito.
Convidado ao teste oficial, onde o condutor sopra bafômetro, concordou sem pestanejar. É que ele havia saído de um restaurante com a esposa, onde usou álcool para higienizar as mãos, uma das medidas de biossegurança para garantir a prevenção contra o coronavírus. O mesmo foi detectado, mas logo o mal entendido foi superado e Cleverson pôde seguir de volta para casa em segurança, sabendo que o hábito de misturar bebida e direção, não faz parte de sua rotina.
“Eu concordo muito com esse trabalho de fiscalização. Vejo o tempo todo as pessoas abusando do álcool em bares e saindo para dirigir, colocando em risco a vida de outros. As pessoas não se conscientizaram!”, exclamou.
Da mesma opinião compartilha a vendedora Luciene Ribeiro, 50 anos, que falou rapidamente com a assessoria de comunicação do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) após passar pela abordagem na noite desta sexta-feira (23), na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande.
“A fiscalização é muito importante. As pessoas não têm consciência. Não tem sentido o que muitos estão fazendo. Uns dias atrás, uma amiga ia passando por um viaduto quando um condutor veio na contramão, bateu de frente com o carro onde ela estava com o noivo, que é cadeirante. O condutor estava embriagado”, desabafou.
Entre os 20 condutores autuados por embriaguez na operação desenvolvida na noite desta sexta-feira pelo Detran-MS em parceria com o 1º Batalhão da Polícia Militar, a desculpa parecia sempre a mesma. “Tomei apenas uma latinha”.
“Acontece que o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) é claro e a tolerância é zero!” informou o coordenador da ação, agente Marcelo
As histórias em operações blitz, são as mais diversas possíveis. Um agente chegou a mencionar, na noite de ontem, o caso da moça que, dias atrás, caiu em duas operações na mesma noite. Da primeira vez, saindo de uma festa, precisou chamar um condutor habilitado para levar seu carro após ter o auto de infração registrado por embriaguez. Lá na frente, ela teria liberado o amigo que a socorreu e seguido ainda seu caminho. Ela só não esperava que toparia com outra operação no trajeto, o que tornou a vida da motorista um pouco mais difícil.
Balanço da Blitz de Sexta-Feira
Entre as 20h e às 22h30 desta sexta-feira, agentes de fiscalização do Detran-MS realizaram 472 abordagens com testes rápidos para embriaguez. Destes, 20 se negaram a soprar o etilômetro e acabaram autuados, já que a recusa também caracteriza infração gravíssima de trânsito com multa de R$ 2.934,70.
Vivianne Nunes, Detran/MS
Fotos: Edemir Rodrigues