Agropecuária cresce 45% no Cerrado em quase 4 décadas

O bioma Cerrado viu a agropecuária crescer nas últimas décadas em todo Brasil. De 1985 a 2021, a agricultura, com lavouras temporárias, cultivo de soja, cana, arroz, algodão, pastagem e outros, cresceu 45,4%. A informação é do relatório anual do MapBiomas divulgado neste mês.

Segundo o estudo, a área de crescimento da agropecuária foi de 90,1 Mha (milhões de hectares). A agricultura foi uma das áreas que mais se ocupou do Cerrado, e teve um aumento de 505% no mesmo período.

O bioma é o segundo maior do país e apresenta uma área de 2 milhões de km², que corresponde a 204 milhões de hectares. Um valor que representa quase um quarto de toda a extensão territorial do Brasil.

O Cerrado fica na parte central do país, nos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Além de ter pequenas porções no Paraná, no Sul do Brasil, e em Rondônia, na região Norte.

O período geral analisado pelo MapsBiomas mostra que no Cerrado houve um crescimento na área ocupada por lavouras de soja de 1.443%, ocupando quase 20 milhões de hectares. Só no ano passado, foi um aumento de 10% no bioma.

Perda de vegetação

O Cerrado perdeu grande parte de vegetação nativa, 27,9 Mha. O valor representa 21% no período de 1985 a 2021. Foram 27,9 milhões de hectares de vegetação nativa perdidos no período.

Em 2021, apenas pouco mais da metade do bioma (53,1%) ainda estava coberta por vegetação nativa. Os estados com menor cobertura vegetal são São Paulo (16,6%), Mato Grosso do Sul (25,2%) e Paraná (32,7%).

O estudo “Cerrado deforestation threatens regional climate and water availability for agriculture and ecosystems“, publicado por pesquisadores brasileiros também neste mês, concluiu que a conversão de áreas nativas do Cerrado para pastagens e agricultura já tornou o clima na região quase 1°C mais quente e 10% mais seco.

As mudanças climáticas globais ainda podem agravar esse cenário de aumento de temperatura e redução de chuvas, trazendo prejuízos para a agricultura, o abastecimento de água das cidades e a produção energética do Brasil.

 

Fonte: PP / Foto: Foto Jim Wickens/Ecostorm

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