O novo governador do estado falou sobre as principais obras em Mato Grosso do Sul e a condução das empreitadas junto ao governo federal
Com a equipe formada e mais de 10 dias de mandato, Eduardo Riedel tem planos de reestruturar obras importantes para a infraestrutura de Mato Grosso do Sul e a colocação do estado em um patamar diferente no Brasil. Para tirar as obras do papel ou alavancar aquelas empreitadas que já estão quase no fim, a articulação com o governo federal será primordial, pondera o governador.
Entre as obras, a melhora da BR-262 que corta grande parte de Mato Grosso do Sul e recebe fluxo pesado de caminhões de carga está entre as prioridades do governador. Outra obra que terá atenção especial dos governos estadual e federal é a da usina de fertilizantes, em Três Lagoas (MS), a UFN3.
Riedel tem obras fundamentais para finalizar durante mandato. — Foto: TV Morena/Reprodução
Dada a Guerra entre Ucrânia e Rússia, principal rota de exportação de fertilizantes do mundo, o Brasil viu a necessidade de estabelecer um patamar de suficiência de fertilizantes e aditivos químicos. Entre as discussões nas campanhas eleitorais nacional e estadual, a UFN3, obra abandonada em Três Lagoas, voltou ao debate.
A venda da usina na região do Bolsão do estado retrocedeu após o suposto anúncio de compra por uma multinacional russa. Agora, no debate estadual, Riedel acredita em duas saídas para a finalização da UFN3: a própria Petrobras assumir a obra ou a venda para o setor privado.
“Nós vamos abrir essa conversa de imediato com o novo presidente da Petrobras. Nós vamos pedir agenda para tratar sobre esse assunto, que também está na pasta de Planejamento da ministra Simone, que conhece bem o caso e a região. É uma prioridade absoluta do estado! Como a obra estava no processo de desestatização, ou ela vende o ativo para alguma empresa ou ela assume e opera. Agora a obra deve ser concluída, esse é o primeiro passo. O que vamos discutir com a presidência da Petrobras é nesse sentido”, pontua Riedel sobre o calendário para a discussão sobre a UFN3.
O bate-papo entre a jornalista Lucimar Lescano e o governador foi longo. — Foto: TV Morena/Reprodução
O governador é otimista ao falar sobre a ativação da UFN3 e a possibilidade de trazer suficiência de fertilizantes, a qual a agropecuária brasileira depende tanto. Riedel diz que pretende concluir a obra ainda no mandato que vai até 2026. “Eu enxergo essa obra sendo concluída no meu governo. Eu enxergo nesse prazo de quatro anos a retomada dessa obra e a conclusão dela para que funcione, seja com Petrobras ou com uma empresa privada”.
Infraestrutura e aliados
Riedel declara que apoio do governo federal será fundamental. — Foto: TV Morena/Reprodução
Mato Grosso do Sul é substancialmente agropecuário. As formas de escoamento das commodities ainda são feitas por rodovias no estado. Uma das principais rodovias é a BR-262, entretanto, nenhum trecho da via é duplicado.
Para a BR-262, Riedel acredita em um projeto ousado. O governador pretende abrir conversa com o governo federal sobre a delegação da via, caso as respostas não sejam satisfatórias, a intenção é que Mato Grosso do Sul administre o trecho no estado, como explica o governador.
“A gente já abriu essa conversa, se o governo federal falar ‘não, não vamos pôr’, eu vou pedir a delegação dessa rodovia para o estado. Com isso, nós vamos fazer um processo de Parceria Público-Privada, ainda neste primeiro semestre. A gente não pode conviver com o fluxo de caminhão que tem na BR-262, gente correndo risco, temos que ter um investimento robusto”, antecipa Riedel.
Governador relatou sobre a necessidade de ter um governo mais sustentável e tecnológico. — Foto: TV Morena/Reprodução
Riedel pretende jogar com todas as cartas da mesa, seja à esquerda, direita ou centro. Na tentativa de trazer apoios ao estado, o governador enxerga como aliadas a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e a senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP).
Tanto para a finalização da UNF3 e para as melhorias da BR-262, Riedel diz precisar de articulações com o governo federal. “Tenho muita convicção de que, pelo fato da ministra Simone ser aqui do estado, conhecer muito bem o estado, ser de Três Lagoas, região por onde passa a BR-262, conhece profundamente, tem sensibilidade com isso, vai convencer o governo federal, o presidente, a incluir no plano de investimento”.
Ao todo, Mato Grosso do Sul tem 3,6 bilhões em obras em andamento, segundo o governador. Entre as obras, as rodovias estaduais foram priorizadas no governo passado e seguiram sendo vistas com atenção por Riedel. Além do montante, R$ 2 bilhões foram deixados em caixa para conclusão de outras obras em andamento. “Esses R$ 2 bilhões estão em caixa e, na medida que o tempo passa, o governo recebe em caixa recursos para poder honrar esses compromissos. Então, cerca de 14 a 16 meses, esse fluxo de obras, esse cronograma que está em andamento, vai ser cumprido”.
Riedel apresentou um outro lado dele, para além da política. — Foto: TV Morena/Reprodução
“Tem muitas estradas, uma é a MS-289, lá de Amambai a Júri. Recapes importantes estão sendo feitos de Anastácio até Bonito, que é uma obra que está em andamento. Temos, lá no norte, o trecho da MS-316, entre Costa Rica e Paraíso das Águas, indo a caminho de Inocência. Nós temos a terceira faixa, que vai ligar a Inocência, por conta das empresas de celulose, não me engano é a MS-347”, deixa claro Riedel”.
Diante de tantas promessas, Riedel vê um receio: “não conseguir colocar em prática a atenção a quem precisa, principalmente na educação e desenvolvimento, na oportunidade. A dinâmica da sociedade é grade da economia. Não depende só da vontade, não depende só de orçamento. Depende de um ambiente que você não controla. Eu tenho muita convicção de que isso não vai acontecer. O Brasil vai continuar em uma boa trajetória”.
Fonte: Portal G1 / Foto capa: Gerson Oliveira