Mato Grosso do Sul registrou em junho 3.739,67 MWh de potência instalada em operação total, entre geração centralizada e distribuída. Em termos de empreendimentos, são 78.759 usinas em ligação. Deste total, 84,58% da potência em operação é renovável, enquanto que 15,42% é não renovável.
Os dados fazem parte da Carta de Conjuntura de Energia produzida pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul), que apresenta uma análise dos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Considerando a origem dos combustíveis, a ‘Biomassa’ responde atualmente pela maior parte da potência em operação com 51,85%. Em segundo e terceiro lugares, por sua vez, aparecem as energias de origem ‘Solar’ (22,89%) e ‘Fóssil’ (15,42%). Por fim, a energia de fonte ‘Hídrica’ fecha com 9,84%, de participação.
De um ponto de vista mais desagregado, a Geração Centralizada responde por 77,33% da potência instalada no Estado e por 3,75% em relação aos empreendimentos, enquanto a Geração Distribuída detinha 22,67% e 96,25% de participação na potência e empreendimentos, respectivamente.
No ranking nacional, Mato Grosso do Sul se encontra na 18ª posição, considerando a potência em operação em junho de 2023. Já em relação ao número de empreendimentos, o Estado está posicionado na 10ª colocação, adicionando 1.197 novas ligações no mês de junho de 2023.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, os dados mostram Mato Grosso do Sul liderando a transição para a energia renovável, aproveitando ao máximo seus abundantes recursos naturais e tecnologias modernas. “A utilização eficiente de biomassa e energia solar, tanto em geração centralizada quanto distribuída, demonstra um forte compromisso do Governo Riedel com a sustentabilidade e inovação”, salientou o secretário.
Ele complementa afirmando que este movimento, apoiado por uma política estadual favorável e pela aceitação da população, reflete uma tendência mais ampla de descentralização da geração de energia, resultando em uma matriz energética mais eficiente e sustentável. “Esta é a nossa prioridade de apoiar a energia cada vez mais renovável para atingir em 2030, a meta do Estado Carbono Neutro”, frisou Verruck.
Tipos de geração
A Geração Centralizada refere-se à produção de energia em larga escala, normalmente por grandes usinas (hidrelétricas, termelétricas, eólicas etc), que é transmitida ao longo da rede elétrica até os consumidores finais.
A geração centralizada é analisada aqui a partir do banco de dados Siga, da Aneel, que contém informações das usinas de todas as fontes detentoras de concessão e autorização nas fases “Construção não iniciada”, “Construção”, “Operação” e das usinas de capacidade reduzida com registro na Agência. Nesse contexto, em junho 2023, a Aneel possuía em seus registros 7.177,75 MWh de potência outorgada para o Mato Grosso do Sul, sendo que 40,29% está em operação. Em construção temos 2 usinas, representando 5,65% da potência outorgada. Com construção não iniciada, por sua vez, tem-se 3.880,32
Pela ótica da origem dos combustíveis, a energia ‘Solar’ é o grande destaque, com 49,63% da potência outorgada e 3.562,28 MWh de potência. Em empreendimentos são 2.941 usinas. Depois da energia ‘Solar’, a energia de ‘Biomassa’ aparece em segundo lugar com 2.639,87 MWh (36,78%).
Entre os municípios, 45 deles não possuem registro de empreendimentos outorgados. Em termos de potência, Cassilândia desponta em 1º lugar, com cerca de 1.305 MWh, distribuídos por 30 empreendimentos. Em segundo lugar, por sua vez, aparece o município de Paranaíba, com potência de 1.234,21 MWh outorgada e 31 empreendimentos. E fechando a terceira posição, temos Três Lagoas (1.100,60 MW e 6 usinas). Na ponta oposta, em conclusão, os municípios de Bonito, Coxim e Amambai são aqueles com menores níveis de potência, com 0,05, 0,42 e 0,69 MWh, respectivamente.
A Geração Distribuída, por outro lado, refere-se à produção de energia em menor escala, muitas vezes no próprio local de consumo, como, por exemplo, por meio de painéis solares instalados em residências ou empresas.
Em Mato Grosso do Sul, dos 847,71 MWh de potência instalada na Geração Distribuída, 44,69% está na classe ‘Residencial’, representando o maior grupo também em relação aos empreendimentos (77,96%) e em unidades consumidoras (69,28%).
Outra dimensão importante, a modalidade de geração tem sua maioria em ‘Geração na própria UC’, com 60,65% de participação na potência nominal e 57.732 ligações. Em seguida, a modalidade de ‘Autoconsumo remoto’ aparece com 39,01% da potência e 17.957 empreendimentos. Bem atrás figuram ‘Geração compartilhada’ (0,34%) e ‘Empreendimento de múltiplas UCs’ (0,007%).
Em relação a fonte de geração dos empreendimentos de Geração Distribuída, o grande destaque é a fonte por ‘Radiação solar’, com 99,69% da potência de geração, 99,98% dos empreendimentos e 99,96% de todas as unidades consumidoras.
Municípios
Campo Grande, Dourados e Ponta Porã são os principais municípios em termos de potência nominal instaladas, representando juntos 37,74% do total no Estado de Mato Grosso do Sul
Os dados são fornecidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A Aneel é a principal fonte de dados para este estudo, fornecendo informações detalhadas sobre a geração de energia em Mato Grosso do Sul.
Rosana Siqueira, Semadesc
Foto destaque: Chico Ribeiro/arquivo