Durante dois dias, arquitetos e urbanistas, engenheiros, gestores públicos e acadêmicos discutiram sobre o Programa Reviva Campo Grande, no IX Simpósio Estadual de Educação Patrimonial e III Seminário Municipal de Patrimônio Cultural, realizados pela Fundação de Cultura do Estado e Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande. Para encerrar o evento, o debate sobre requalificação urbana foi para a rua 14 de Julho em uma visita técnica guiada pela equipe do Reviva.
Quadra por quadra, a coordenadora do Programa, Catiana Sabadin, e o arquiteto Cristiano Almeida, explicaram o processo da obra, passo a passo, desde o alargamento das calçadas, instalação de mobiliário urbano, retirada dos postes, embutimento da rede, até detalhes como canaletas, totens especiais, paisagismo e galerias subterrâneas. “Este programa está mudando a área central. O objetivo é muito maior do que apenas uma revitalização, é resgatar o sentimento de pertencimento da população com relação ao centro da cidade, resgatar sua memória afetiva”, diz Catiana.
Para a estudante de arquitetura da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Renata de Ascensão, o projeto Reviva vai revitalizar a Rua 14 de Julho de um modo muito positivo. “A população só tem a aproveitar com a revitalização”. A acadêmica ressaltou ainda a importância do Programa de priorizar os pedestres, garantindo mais fácil circulação na via.
Roberto Araújo é design de interiores e estudante de arquitetura e destaca vários pontos positivos da obra, sendo um deles a retirada da poluição visual, já antevendo a saída dos postes. “A questão de deixar mais limpo faz com que a gente observe mais os prédios históricos, a arquitetura que hoje está escondida, a população começa a perceber mais a cidade e dar valor ao patrimônio, à história de Campo Grande”.
A visita foi acompanhada pelo presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Nivaldo Vieira de Andrade, que reforçou que a requalificação feita na Rua 14 de Julho deveria ser o padrão para todas as áreas centrais das cidades brasileiras. “Se você pegar essas áreas comerciais que têm uma vitalidade grande, ainda que a obra cause algum incômodo, o ganho que se tem a longo prazo e em caráter definitivo é importantíssimo. O alargamento do passeio, priorização do pedestre sobre o automóvel, qualificação da infraestrutura”.
Patrimônio
O Reviva Campo Grande também prevê a identificação de cerca de 40 imóveis históricos da Rua 14 de Julho com placas com QRCode, trazendo informações históricas e fotos que serão remetidas ao site do Programa (www.campogrande.ms.gov.br/reviva).