Presidentes e líderes de grandes economias se pronunciaram sobre o aumento do número de queimadas na Amazônia.
Veja o que disseram alguns dos principais dirigentes:
Boris Johnson, do Reino Unido
O Reino Unido está preocupado com os incêndios na floresta amazônica e o primeiro-ministro Boris Johson vai dizer, no encontro de cúpula do G7, que é preciso renovar o foco na proteção da natureza, de acordo com afirmação de seu gabinete nesta sexta-feira (23).
“O primeiro-ministro está gravemente preocupado pela alta da quantidade de incêndios na floresta amazônica e o impacto de trágicas perdas nesse habitat”, disse um porta-voz.
Angela Merkel, da Alemanha
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, se pronunciou por meio de seu porta-voz.
Angela Merkel após uma reunião em Berlim em agosto de 2019 — Foto: Odd ANDERSEN / AFP
A primeira-ministra está convencida de que o tema deve ser debatido pelos países que vão se reunir para o encontro do G7, previsto para este fim de semana, em Biarritz, no sudoeste francês, segundo o porta-voz.
Emmanuel Macron, da França
O presidente foi o primeiro grande líder a se manifestar sobre o tema. Em uma rede social na quinta-feira (22), ele disse que é preciso discutir o tema na reunião do G7.
“Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos nos encontrar daqui a dois dias para falar dessa urgência!”, escreveu o francês.
A floresta amazônica não pode ser considerada o pulmão do mundo, pois consome a maior parte do oxigênio que produz.
Nesta sexta-feita (23), o gabinete de Macron se pronunciou mais uma vez sobre o tema. A França acusa o presidente Jair Bolsonaro de ter mentido sobre o clima durante o encontro do G20, em Osaka, no fim de junho.
O escritório aponta ainda que a França, por isso, se opõe ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
Justin Trudeau, do Canadá
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também foi às redes sociais para se pronunciar sobre o tema.Ele respondeu a mensagem do presidente francês.
“Eu não poderia concordar mais, Emmanuel Macron. Nós trabalhamos muito para proteger o ambiente no G7 no ano passado em Charlevoix, e precisamos que isso continue nesse fim de semana. Precisamos agir pela Amazônia e agir pelo nosso planeta –nossos filhos e netos contam conosco.”
Mika Lintila , da Finlândia
A Finlândia, que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE), afirmou nesta sexta-feira (23) que pretende encontrar uma forma para que o bloco econômico seja banido do mercado europeu por causa da devastação causada por incêndios na Amazônia.
“O ministro de Finanças Mika Lintila condena a destruição da floresta amazônica e sugere que a UE e a Finlândia devam urgentemente rever a possibilidade de banir as importações de carne bovina brasileira”, afirmou, em um comunicado, o Ministério das Finanças da Finlândia.
Leo Varadkar, da Irlanda
O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, afirmou que o país vai buscar bloquear o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), a não ser que o Brasil proteja a floresta amazônica, de acordo com jornais irlandeses.
Leo Varadkar, primeiro-ministro da Irlanda, em Bruxelas — Foto: Piroschka van de Wouw/Reuters
A atuação do Brasil para conter os incêndios será monitorada durante dois anos, o prazo previsto para que o tratado comercial entre os europeus e os sul-americanos seja ratificado, segundo o irlandês.
Varadkar também comentou as afirmações sem evidência de Jair Bolsonaro de que ONGs podem estar por trás de queimadas na Amazônia para ‘chamar atenção’ contra o governo –o brasileiro disse isso na quarta-feira (21).
O irlandês classificou essa alegação como “orwelliana”, em uma referência ao romancista George Orwell, que escreveu livros de temáticas distópicas.
Iván Duque, da Colômbia
Em uma rede social, o presidente colombiano disse que a tragédia ambiental na Amazônia não tem fronteiras e deve chamar a atenção de todos.
“Do governo nacional [da Colômbia] oferecemos aos países irmãos o nosso apoio para trabalhar conjuntamente em um propósito que urge: proteger o pulmão do mundo”, afirmou –ele também não levou em conta que a floresta não pode ser considerada a maior fonte de oxigênio do mundo porque consome a maior parte do que produz.
Nicolás Maduro, da Venezuela
O líder venezuelano usou a palavra “Pachamama”, uma divindade de alguns povos indígenas da América do Sul que representa a natureza, para falar do número de incêndios.
Sebastian Piñera, do Chile
O presidente chileno disse ter conversado com Jair Bolsonaro e Evo Morales, da Bolívia, que também enfrenta o fogo em suas florestas.
“Os incêndios florestais na Amazônia são graves, afetam os pulmões do nosso planeta e põem em risco a saúde de seus habitantes. Hoje (quinta-feira, 22), conversei com os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e Bolívia, Evo Morales, e ofereci a eles ajuda do Chile para combater os incêndios”, publicou.
Evo Morales, da Bolívia
O presidente boliviano fez declarações sobre o fogo nas florestas de seu próprio país. A Bolívia deve receber um avião tanque para combater os incêndios que já destruíram 500 mil hectares de vegetação no país.
Mario Abdo Benítez, do Paraguai
Em uma rede social, o presidente paraguaio republicou um texto da conta do governo do país para mostrar que o Paraguai tem se esforçado para conter os incêndios em um outro bioma, o Pantanal.
António Guterres, da ONU
“Estou profundamente preocupado com os incêndios na floresta amazônica. No meio de uma crise climática global, não podemos ter mais danos à nossa maior fonte de oxigênio e biodiversidade”, afirmou, em uma rede social, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. “A Amazônia precisa ser protegida”, completou.