Edson Genovêz, de 32 anos, abria um aceiro para tentar barrar as chamas, quando vento mudou de direção, levando o fogo justamente para onde ele estava.
O trabalhador rural Edson Genovêz, de 32 anos, morreu, nesta quarta-feira (14), após ter 90% do corpo queimado enquanto abria um aceiro – uma espécie de barreira natural – contra incêndios que consumiam a fazenda em que ele trabalhava, no Pantanal, em Corumbá (MS).
Edson trabalhava abrindo um aceiro, que uma faixa de terra que separa áreas de mata e impedem o avanço do fogo. O peão estava em um trator, quando o vento mudou de direção, levando as chamas justamente para onde ele estava.
O peão estava internado no Centro de Tratamento Intensivo da Santa Casa, de Campo Grande, desde o dia 8 de agosto deste ano. A morte do trabalhador rural foi confirmada pela irmã da vítima em uma publicação nas redes sociais e pelo próprio hospital.
O fogo consome o bioma há mais de três meses. Mais 1,5 milhão de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída representa 10% de todo o território pantaneiro no Brasil.
Acidente
Pronto socorro de Corumbá. — Foto: Reprodução/TV Morena
Segundo o Boletim de Ocorrência, Edson teve o corpo consumido pelo fogo enquanto abria um aceiro para tentar evitar que as chamas de um incêndio atingissem a fazenda em que trabalhava, na região do Forte Coimbra.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para o socorro, mas antes da chegada da equipe a vítima foi transportada por outros funcionários da propriedade até o Pronto Socorro de Corumbá.
Consciente ao chegar ao hospital, a vítima disse que outro trabalhador que estava com ele também sofreu queimaduras. Devido a gravidade dos ferimentos, Edson teve que ser encaminhado para Santa Casa de Campo Grande, referência no atendimento a queimados no estado. Na capital, o produtor ficou internado por uma semana.