Mulher que enganou Exército e embolsou R$ 3 milhões é condenada em MS

Ela foi condenada a três anos de prisão e determinou a devolução dos valores recebidos ilegalmente, totalizando R$ 3.194.516,77, além de uma multa

Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, de 55 anos, foi condenada pela Justiça Militar por receber indevidamente uma pensão de “filha” de ex-combatente da Segunda Guerra Mundial durante mais de 30 anos.

Conforme o Jornal O Globo, Ana Lucia mora em Mato Grosso do Sul e foi condenada a três anos de prisão e determinou a devolução dos valores recebidos ilegalmente, totalizando R$ 3.194.516,77, além de uma multa.

O caso aconteceu entre novembro de 1988 e junho de 2022, Ana se fez passar por filha de Vicente Zarate, um ex-membro da Força Expedicionária Brasileira, e conseguiu enganar o Exército Brasileiro, totalizando R$ 3,7 milhões em benefícios.

A fraude começou em 1986, quando Ana Lucia, com apenas 15 anos, alterou seu nome para Ana Lucia Zarate e apresentou documentos falsos com a ajuda de sua avó, Conceição Galache. Após a morte de Vicente Zarate em 1988, Ana passou a receber uma pensão que, com o tempo, chegou a cerca de R$ 8 mil mensais.

A informação foi revelada pelo jornal O GLOBO, nesta quinta-feira (10).

Débitos em Campo Grande

Conforme apuração do Primeira Página, Ana Lucia responde duas ações por dívida fiscal ativa junto à prefeitura de Campo Grande, ambas pelo não pagamento de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A dívida passa de R$ 37 mil.

Família?

A reportagem teve acesso que a decisão onde Ana Lucia confessa toda a história e alega estar arrependida e não entender por que seu tio-avô, Vicente, não registrou seus outros sobrinhos, e por que ele a ajudou.

Ela relata ainda que a avó ameaçou cancelar a pensão, sendo que a mesma sua se beneficiava da pensão.

A acusada tinha conhecimento da irregularidade de sua situação ao receber a pensão, pois, apesar de se apresentar falsamente como filha de Vicente e usar documentação falsa, ela não tinha uma relação parental com ele e viveu com seus pais biológicos.

Descoberta

O esquema foi descoberto em 2021, quando Conceição, insatisfeita com a quantia que recebia, denunciou a neta à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Contudo, ela não chegou a ser ouvida nas investigações por conta da sua morte, em maio de 2022.

Durante os depoimentos, a idosa confirmou que Ana Lucia era sobrinha-neta do ex-combatente e, portanto, não tinha direito à pensão, sendo destinada apenas a cônjuges ou descendentes diretos.

Em 2023, a Justiça Militar condenou Ana Lucia a três anos de prisão e determinou a devolução dos valores recebidos ilegalmente, totalizando R$ 3.194.516,77, além de uma multa.

O relator do caso, ministro Walton Alencar Rodrigues, ressaltou que os benefícios foram recebidos de forma fraudulenta.

Ainda segundo o TCU, em interrogatórios, Ana Lucia admitiu saber da falsificação e da ilegalidade de suas ações, informando que usava a identidade falsa apenas para tratar de assuntos relacionados à pensão.

O caso está sendo acompanhado pela DPU (Defensoria Pública da União), que recorreu da condenação, alegando ausência de dolo. O Superior Tribunal Militar ainda não decidiu, e o ministro Artur Vidigal pediu vistas do processo.

 

Fonte: PPMS / Foto: Reprodução Rede Social

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