Em agosto, o presidente russo Vladimir Putin surpreendeu o mundo ao anunciar que o Instituto Gamaleya, em Moscou, havia produzido uma fórmula de imunização para a Covid-19. E que a aplicação da Sputnik V começaria em questão de meses. A afirmação gerou uma polêmica internacional, pela rapidez na aprovação da vacina. Uma emissora americana conseguiu autorização especial para entrar no laboratório onde surgiu a substância.
A visita mostra como um antigo centro de pesquisa do governo venceu a corrida travada pelas maiores farmacêuticas do mundo.
A vacina russa se encontra na Fase 3 de testes. Em setembro, estudo publicado na revista médica The Lancet com os testes das Fases 1 e 2 mostrou que 100% dos participantes desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus e nenhum efeito colateral sério. No Brasil, os governos de Bahia e Paraná fecharam acordos para receber a vacina russa.
Visita ao laboratório
Um ponto a ser levado em consideração é o histórico da Rússia no desenvolvimento de antivirais. Segundo os responsáveis pelo laboratório, tecnologias aplicadas em pesquisas anteriores contra doenças respiratórias foram essenciais para a descoberta da vacina contra a Covid-19.
Em uma rara entrevista à imprensa estrangeira, o diretor do instituto Gamaleya, Alexander Gintsburg, rebateu críticas sobre a decisão da Rússia em dispensar a Fase 3 de testes antes do registro – que é a mais complexa e mais demorada.
Gintsburg subiu o tom e sugeriu aos críticos que perguntassem para quem perdeu um parente para o vírus. “Vocês iriam preferir esperar os resultados ou vacinar aqueles que amam quando a fórmula se mostrou eficiente? A resposta é óbvia”, ressaltou.
Fonte: CNN Brasil/ Foto: Reprodução CNN