Recall: questionadas, Honda e Toyota confirmam mais 26 acidentes com airbags mortais no Brasil

As fabricantes japonesas Honda e Toyota informaram que há 26 novos casos de rompimento do insuflador de airbags da Takata no Brasil. Consultadas, elas disseram que têm conhecimento de 56 incidentes com bolsas defeituosas.

Dessas, 53 ocorrências são de carros da Honda e outras três da Toyota. Houve feridos em 21 deles, além de uma morte – sempre em acidentes envolvendo veículos da Honda. Na última atualização, em 2018, eram conhecidos 30 casos – 29 da Honda e um da Toyota, com 11 feridos e uma morte.

As duas fabricantes são as que mais convocaram recalls por conta da falha dos airbags da Takata. No Brasil, a Toyota já chamou 1,3 milhão de proprietários para substituir as bolsas defeituosas. Segundo a empresa, 61,2% dos veículos já tiveram a peça trocada.

A Honda, com 906 mil automóveis convocados e 1,6 milhão de airbags para serem trocados, diz que 76,6% dos clientes já fizeram o reparo.

Lembrando que as trocas são sempre gratuitas.

As marcas também estão entre as que mais têm se esforçado para tentar levar os donos de automóveis com airbags defeituosos para as concessionárias e realizar o recall.

Além dos registros de Honda e Toyota, há conhecimento da morte do motorista de um Chevrolet Celta provocada pelo airbag da Takata. Depois de o caso se tornar público, a fabricante convocou o recall de 235 mil unidades do Celta e também do Classic – inclusive pagando R$ 500 em combustível para quem fizesse o conserto.

O que disseram as marcas

As mesmas perguntas que fez a Honda e Toyota foram enviadas não só para a Chevrolet, como também para a Stellantis, dona da Fiat, que convocou recall de 257 mil veículos pelo mesmo motivo neste mês de fevereiro. Essas são as maiores envolvidas no escândalo dos airbags mortais da Takata no Brasil.

Stellantis

A Stellantis afirmou que já chamou 1,2 milhão de carros para recall. Mas não disse o índice de comparecimento nem se tem conhecimento de acidentes com rompimento do insuflador da Takata.

Confira a íntegra da nota enviada pela Stellantis:

“A Stellantis informa que, em respeito aos clientes e em conformidade com a normatização em vigor, realiza, quando necessário, o chamamento para atualização de seus veículos. Consciente da importância e em consideração com os consumidores, a Stellantis divulga informações de esclarecimento através de campanhas publicitárias, redes sociais e da distribuição de comunicados oficiais para a grande imprensa, bem como, realiza reparos e oferece explicações técnicas por meio das redes de concessionárias de suas marcas. Em relação ao chamamento em questão, 1.224.321 veículos foram convocados pelo grupo no país, seguindo os procedimentos acima descritos.”

Chevrolet

A General Motors, dona da Chevrolet, também enviou uma nota. Porém, não respondeu quantos veículos já convocou para recall no Brasil, o índice de comparecimento ou se tem conhecimento de outros acidentes além daquele que matou o motorista do Celta.

Confira a íntegra da nota enviada pela General Motors:

“A General Motors tem como prioridade a segurança dos seus clientes e faz todos os esforços para atingir o público-alvo e completar suas campanhas de recall. Informações sobre os chamados envolvendo produtos Chevrolet estão disponíveis no próprio site da marca, onde os consumidores também podem consultar o histórico de seus veículos quanto ao cumprimento dos serviços, utilizando a ferramenta de buscas pelo número do chassis.”

O escândalo dos airbags mortais

O escândalo surgiu em 2013, quando a Takata descobriu que seus airbags eram defeituosos. De lá pra cá, o número de veículo chamados para recall por causa do problema passou dos 100 milhões, de 19 diferentes fabricantes, o que o torna o maior recall da história automotiva.

O defeito está em uma peça chamada insuflador. Ela é um tipo de caixa metálica que nitrato de amônio, gás usado para fazer a bolsa de ar inflar em acidentes. O nitrato, por si só, é relativamente pouco explosivo. Ele se apresenta como um pó branco e é seguro, desde que não aquecido.

O risco cresce após longa exposição do carro ao calor ou a ambientes úmidos. O problema é que os insufladores usados pela Takata apresentam trincas e infiltração de umidade.

Assim, quando o airbag é deflagrado, a abertura é forte demais, estilhaçando a peça, atirando pedaços de metal contra os ocupantes e causando ferimentos que podem ser fatais.

No Brasil

Honda e Chevrolet estão relacionadas as duas mortes conhecidas até agora com relação aos airbags da Takata. A primeira delas aconteceu em 20 de janeiro de 2020, vitimando o motorista de um Celta 2014 em Aracaju.

O segundo caso aconteceu sete dias depois. Segundo a perícia, “ruptura anormal do insuflador do airbag” de um Civic 2008 matou um dos ocupantes do veículo.

Fonte: Autoesporte / Foto: Getty Images

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