Onças estão invadindo comunidades ribeirinhas no Pantanal por causa das queimadas

Segundo os relatos, principalmente de moradores ribeirinhos de Corumbá, entre a região do Paraguai Mirim e a Barra do rio São Lourenço, próximo do Parque Nacional do Pantanal. Em dezembro de 2021, os moradores do Aterro do Binega viajaram para até a cidade e quando voltaram, todos os seu cachorros tinham sido devorados.

Na região do Porto da Manga, mulheres coletoras de iscas também teriam enfrentado esse mesmo problema. Muitas tiveram que abandonar a coleta de isca bem antes do horário que costumam encerrar as atividades. Conforme os relatos após às 18h ou 19h, “chega a hora da onça”, como elas mesmo denominaram. Quando escurece, o risco de serem atacadas aumenta muito. Anteriormente as mulheres trabalhavam até as 4h ou 5h da manhã.

No Porto Chané, os casos de encontros também têm sido corriqueiros. Os moradores contaram que todos os cachorros já foram devorados pelas onças pintadas. Em um dos casos a onça invadiu a casa do morador, que conseguiu expulsá-la sozinho.

Na Área de Proteção Ambiental Baía Negra, em Ladário, município vizinho a Corumbá, uma onça também atacou os cachorros da senhora Zilda, moradora de região nas proximidades da baia.

A equipe da Ecoa sempre “conviveram” com onças no Pantanal e já evitaram ataques a porcos, com ajuda de moradores. Apesar de alguns como o indígena Vicente, Guató da Barra do rio São Lourenço, andarem prevenidos e levarem a zagaia, uma arma de defesa para ataque de onças, a Ecoa teme que os ataques a humanos, principalmente crianças, aumente.

Impactos
A organização atribui o crescimento de ataques aos incêndios de 2020 – que queimou mais que a área da cidade de Nova Iorque (778 km²). Pesquisadores do Pantanal, incluindo o diretor científico da Ecoa Rafael M Chiaravalloti, estimaram a morte de 17 milhões de vertebrados por causa dos incêndios. Esse número não deve ser o real, se for considerado os impactos indiretos dos incêndios.

Um estudo, publicado na revista Scientific Reports, aponta possíveis consequências desses incêndios, como por exemplo, quebra de alguns ciclos ecológicos, o que poderia levar a mudança de comportamento das onças. Ainda é cedo para apontar se há uma relação entre o aumento repentino de onças pintadas nas áreas ocupadas pelas comunidades ribeirinhas e os incêndios, no entanto, é algo importante para ser investigado.

 

 

Fonte: PP / Foto: Jose Medeiros

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