Em 5 anos, número de pessoas forçadas a se casar no mundo sobe 42,8%

O número de pessoas que foram forçadas a se casar no mundo aumentou 42,8% em 2021 em comparação a 2016, aponta um relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado nesta segunda-feira (12).

A OIT é uma entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório descreve o panorama atual de trabalho forçado, que é tratado como uma escravidão moderna.

Para a OIT, o casamento forçado muitas vezes implica a obrigação de trabalhar. “Uma vez que a pessoa é forçada a se casar, há um risco maior de exploração sexual, violência e servidão doméstica, além de outras formas de trabalho forçado dentro e fora do domicílio. A chance de a mulher ser forçada a executar trabalhos para o cônjuge (ou para família do cônjuge) é maior que a dos homens”, diz o texto.

Evolução dos números

  • Entre 2016, o número de pessoas obrigadas a se casar era de 15,4 milhões;
  • Em 2021, esse número chegou a 22,0 milhões.

Em números absolutos, foi uma alta de 6,6 milhões.

Cerca de 32% são forçados a trabalhar

A entidade estima que 32% das pessoas que são forçadas a se casar também são obrigadas a trabalhar (sendo que 25% fazem trabalho doméstico; 6,5% trabalham fora de casa, geralmente no domicílio de pessoas da família do cônjuge; e 8% trabalham em empresas do cônjuge ou da família —em alguns casos trabalha-se em mais de um local).

A OIT afirma, no entanto, que essa porcentagem deve ser maior, porque muitas das pessoas que foram forçadas a casar não consideram que são coagidas a trabalhar, mesmo que tenham que executar tarefas em decorrência desse casamento forçado.

Mulheres são as principais prejudicadas

Para evitar o casamento forçado, a OIT recomenda adotar políticas que tenham “lentes de gênero”, ou seja, que deem atenção especial para mulheres, já que elas são as principais vítimas.

Dois terços das pessoas obrigadas a se casar são mulheres. Isso equivale a cerca de 14,9 milhões de mulheres e meninas.

Entre as medidas que a entidade recomenda está elevar a idade mínima de casamento para 18 anos, sem exceções, para proteger crianças, e criminalizar o ato de casar alguém que não deu consentimento (não importa qual a idade da pessoa).

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