Rússia diz que mísseis dos EUA não ajudarão a acabar com conflito na Ucrânia

Em uma ligação com repórteres, porta-voz do Kremlin afirmou que não havia sinais de prontidão para negociações de paz durante a visita de Zelensky

A Rússia disse nesta quinta-feira (22) que o fornecimento de sistemas de mísseis Patriot dos Estados Unidos para a Ucrânia, anunciado durante a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a Washington, não ajudará a resolver o conflito ou impedirá a Rússia de atingir seus objetivos.

Em uma ligação com repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que não havia sinais de prontidão para negociações de paz durante a visita de Zelensky, provando que os Estados Unidos estão travando uma guerra por procuração com a Rússia “até o último ucraniano”.

Zelensky disse ao Congresso dos EUA na quarta-feira (21) que a ajuda ao seu país é um investimento na democracia, ao invocar as batalhas contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial para pressionar por mais assistência na guerra contra a Rússia.

Os comentários de Zelensky foram feitos no momento em que os republicanos — alguns dos quais expressam crescente ceticismo sobre o envio de tanta ajuda à Ucrânia– vão assumir o controle da Câmara dos Deputados dos EUA, atualmente comandada pelos democratas, em 3 de janeiro.

Os Estados Unidos anunciaram mais US$ 1,85 bilhão em ajuda militar à Ucrânia, incluindo o sistema de defesa aérea Patriot para ajudá-la a afastar mísseis russos.

Zelensky disse que o sistema Patriot é um passo importante na criação de um escudo aéreo.

“Esta é a única maneira de privar o Estado terrorista de seu principal instrumento de terror –a possibilidade de atingir nossas cidades, nossa energia”, declarou Zelenskiy em entrevista coletiva na Casa Branca, ao lado do presidente Joe Biden.

“Gostaríamos de ter mais Patriots… estamos em guerra”, disse Zelenskiy a repórteres na Casa Branca.

Alguns republicanos pediram o fim da ajuda e uma auditoria para rastrear como o dinheiro alocado foi gasto.

A Rússia diz que lançou sua “operação militar especial” na Ucrânia em 24 de fevereiro para se livrar dos nacionalistas e proteger as comunidades de língua russa. A Ucrânia e o Ocidente descrevem as ações da Rússia como uma guerra de agressão não provocada.

A Ucrânia tem sofrido repetidos ataques russos contra sua infraestrutura de energia nas últimas semanas, deixando milhões sem energia ou água corrente no auge do inverno.

Ações provocativas

Segundo a agência de notícias Tass, o embaixador da Rússia nos Estados Unidos disse que a visita de Zelensky aos EUA confirmou que as declarações de Washington sobre não querer um conflito com a Rússia são palavras vazias.

As ações provocativas dos Estados Unidos estão levando a uma escalada, cujas consequências são impossíveis de imaginar, afirmou Anatoly Antonov, segundo a Tass.

Moscou disse na semana passada que os sistemas Patriot, se entregues à Ucrânia, seriam um alvo legítimo para ataques russos.

 

Fonte: CNN Brasil / Foto: Radovan Stoklasa

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