Em um dos julgamentos mais longos de MS, Jamilzinho é condenado a 23 anos de prisão por execução de estudante na capital

O julgamento durou três dias e terminou na noite de quarta-feira (19), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Também foram condenados pelo crime o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo e o ex-guarda municipal Marcelo Rios.

O empresário Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão e ao pagamento de 60 dias multa pela morte do estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019 e por posse ilegal de arma de fogo, o fuzil utilizado no crime. O julgamento durou três dias, um dos mais longos da história de Mato Grosso do Sul, e terminou na noite desta última quarta-feira (19), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, após mais de 14 horas de sessão (começou às 9h20).

Além de Jamil Name Filho, também foram condenados pelos mesmos crimes o ex-guarda civil municipal de Campo Grande, Marcelo Rios, com 23 anos de reclusão e ao pagamento de 120 dias multa e o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo, o Vlad, sentenciado a 21 anos e seis meses de reclusão e ao pagamento de 60 dias de multa. Na pena de Marcelo Rios também está incluída a condenação por receptação, a do veículo furtado utilizado no crime.

Juiz Aluízio Pereira dos Santos lê sentença de condenção dos três réus pela morte de Matheus Xavier — Foto: Gustavo Arakaki/TV Morena
Juiz Aluízio Pereira dos Santos lê sentença de condenção dos três réus pela morte de Matheus Xavier — Foto: Gustavo Arakaki/TV Morena

Após a leitura da sentença pelo juiz Juiz Aluízio Pereira dos Santos, os advogados de defesa dos três condenados pediram para constar em ata que discordavam da decisão do Tribunal e que recorreriam a segunda instância.

O júri do chamado “Julgamento da Década” no estado, entendeu que Jamilzinho, como chefe de uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho, “encomendou” a morte do pai do estudante, o capitão reformado da Polícia Militar, Paulo Xavier, e que Matheus acabou sendo assassinado por engano pelos pistoleiros contratados pelo grupo.

O estudante Matheus Xavier, de 19 anos, foi morto com tiros de fuzil AK-47, no bairro Jardim Bela Vista, em Campo Grande, — Foto: Redes Sociais
O estudante Matheus Xavier, de 19 anos, foi morto com tiros de fuzil AK-47, no bairro Jardim Bela Vista, em Campo Grande, — Foto: Redes Sociais

Rios e Vlad são acusados de serem os gerentes da milícia chefiada por Jamilzinho e seu pai, e de terem planejado, a mando dele, o crime, que terminou com a morte do estudante.

Os três condenados pelo assassinato do estudante Matheus Xavier, Jamil Name Filho, o Jamilzinho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios — Foto: Gustavo Arakaki/TV Morena
Os três condenados pelo assassinato do estudante Matheus Xavier, Jamil Name Filho, o Jamilzinho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios — Foto: Gustavo Arakaki/TV Morena

Também era réu na ação o pai de Jamilzinho, Jamil Name, mas ele morreu de Covid, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde estava preso, em junho de 2021.

Em relação aos executores do crime, que são dois ex-guardas municipais de Campo Grande, José Moreira Freires, o Zezinho, morreu em um confronto com a Polícia Militar do Rio Grande do Norte, na cidade de Macaíba, distante 270 quilômetros de Mossoró, em 2020. Já Juanil Miranda Lima está desaparecido.

A morte de Matheus foi um dos crimes investigados pela força-tarefa da operação Omertà, que apurou os crimes da milícia que agia no estado. Os três condenados pelo assassinato do estudante estão presos desde 27 de setembro de 2019, quando foi desencadeada a primeira fase da operação Omertà.

Fonte: Portal G1 / Fotos: TV Morena

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